terça-feira, 31 de maio de 2011

Josiane - Mote alheio (Atividade avaliativa)

FIXAÇÃO DA APRENDIZAGEM (AVALIATIVA)
CLASSICISMO

TEXTO 1: Mote alheio

Perdigão perdeu a pena,
Não há mal que lhe não venha.

Voltas

Perdigão que o pensamento
Subiu a um alto lugar,
Perde a pena do voar,
Ganha a pena do tormento.
Não tem no ar nem no vento
Asas com que se sustenha:
Não há mal que lhe não venha.
Quis voar a uma alta torre,
Mas achou-se desasado;
E, vendo-se depenado,
De puro penado morre.
Se a queixumes se socorre
Lança no fogo mais lenha:
Não há mal que lhe não venha.

TEXTO 2


Sete anos de pastor Jacob servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela;
Mas não servia ao pai, servia a ela,
E a ela só por prêmio pretendia.

Os dias, na esperança de um só dia,
Passava, contentando-se com vê-la;
Porém o pai, usando de cautela,
Em lugar de Raquel lhe dava Lia.

Vendo o triste pastor que com enganos
Lhe fora assi negada a sua pastora,
Como se a não tivera merecida,

Começa de servir outros sete anos,
Dizendo:- Mais servira, se não fora
Pera tão longo amor tão curta a vida!


Este soneto remonta a uma passagem bíblica que narra à história do pastor Jacó e de seu amor por Raquel. Esta, filha de Labão, tinha uma irmã mais velha: Lia. Para casar-se com Raquel, Jacó submeteu-se à condição imposta por Labão: trabalhar para ele por sete anos. Findo este prazo, Labão entregou-lhe Lia (segundo a tradição, a filha mais velha devia ser a primeira a se casar). Desapontado, Jacó desposou Lia, mas continuava desejando Raquel. O pai da moça, então, propôs-lhe novamente o mesmo acordo.
Assim se fez: Jacó trabalhou mais sete anos para ter Raquel mas, segundo a bíblia, “eles se mostraram aos seus olhos como apenas alguns dias, por causa de seu amor por ela”.


TEXTO 3

Busque Amor novas artes, novo engenho,
Pera matar-me, e novas esquivanças;
Que não pode tirar-me as esperanças,
Que mal me tirará o que eu não tenho.

Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças,
Andando em bravo mar, perdido o lenho.

Mas, conquanto não pode haver desgosto
Onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal que mata e não se vê;

Que dias há que na alma me tem posto
Um não sei quê, que nasce não sei onde,
Vem não sei como, e dói não sei por quê.

A propósito dos textos

1-No texto 1, Camões trabalha com várias palavras de duplo significado. Dê dois exemplos tirados do texto.

2-Relacione o texto 1 com aquele famoso provérbio que diz “Quanto mais alto o vôo, maior a queda”.

3-Seria possível relacionar Perdigão com Portugal? Justifique a resposta.

4-De que modo Camões vê o amor no texto 2?

5-E o Amor, no último terceto do texto 3?

6-A quase totalidade dos poetas, em todos os tempos, escreveu sobre o Amor. Cite algumas palavras relacionadas ao Amor, escritas por um poeta, ou mesmo por um compositor popular, que ficaram marcadas em você.

TEXTO 4

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo amor?

CAMÕES, Luís Vaz de. In: Obras completas. 4. ed. Lisboa, Sá da Costa, 1971.
A propósito do texto

1- Qual o nome que se dá a esse tipo de composição poética (14 versos divididos em dois quartetos e dois tercetos)?

2- O poeta repete várias vezes a forma verbal é, com a função de ligar um predicativo a um sujeito. Qual o sujeito desses verbos?

3- Qual a característica maior de todos os predicativos que aparecem no texto?

4- O texto apresenta várias antíteses. Qual seria a maior delas?

5- Você acredita que o Amor traz amizade aos corações humanos? Por quê?

TEXTO 1

Estrofe 106, Canto I

No mar tanta tormenta e tanto dano,
Tantas vezes a morte apercebida!
Na terra tanta guerra, tanto engano
Tanta necessidade aborrecida!

Onde pode acolher-se um fraco humano,
Onde terá segura a curta vida,
Que não se arme e se indigne o Céu sereno
Contra um bicho da terra tão pequeno?


TEXTO II

Estrofe 37-40, Canto V

Porém já cinco Sóis eram passados
Que dali nos partíramos, cortando
Os mares nunca de outrem navegados,
Prosperamente os ventos assoprando,
Quando uma noite, estando descuidados
Na cortadora proa vigiando,
Uma nuvem, que os ares escurece,
Sobre nossas cabeças aparece.

Tão temerosa vinha e carregada,
Que pôs nos corações um grande medo.
Bramindo, o negro mar de longe brada,
Como se desse em vão nalgum rochedo.
-“Ó Potestade- disse sublimada,
Que ameaço divino ou que segredo
Este clima e este mar nos apresenta,
Que mor cousa parece que tomenta?”

Não acabava, quando uma figura
Se nos mostra no ar, robusta e válida,
De disforme e grandíssima estatura,
O rosto carregado, a barba esquálida,
Os olhos encovados, e a postura
Medonha e má, e a cor terrena e pálida,
Cheios de terra e crespos os cabelos,
A boca negra, os dentes amarelos.

Tão grande era de membros, que bem posso
Certificar-se que este era o segundo
De Rodes estranhíssimo Colosso.
Que um dos sete milagres foi do mundo.
Cum tom de voz nos fala horrendo e grosso,
Que pareceu sair do mar profundo.
Arrepiam-se as carnes e o cabelo
A mi e a todos, só de ouvi-lo e vê-lo.

A propósito dos textos


1-Qual a relação estabelecida pelo Poeta entre o homem e o Céu?

2-Haverá um lugar “onde o homem terá segura sua curta vida”?

3-Na música “Os argonautas”, Caetano Veloso lembra os versos camonianos e as palavras de Fernando Pessoa, ao afirmar:

“O barco
meu coração
não agüenta
tanta tormenta
alegria
meu coração
não contenta
o dia, o março
meu coração
o porto, não
navegar é preciso
viver não é preciso”


Navegar pode ter seu significado ampliado, ter um sentido conotativo.
Como você o interpreta?

4- As estrofes do texto 2 pertencem a um famoso episódio de Os lusíadas. Qual é o episódio? Qual o seu significado no contexto do poema?

5- Potestade significa ‘autoridade’, ‘poder’. E Rodes o que seria? Qual a relação que tem com “um dos sete milagres do mundo”?


Exercícios e testes

1- Leia os versos de Drummond:

“Este, de sua vida e sua cruz
Uma canção eterna solta aos ares.
Luís de ouro vazando intensa luz
Por sobre as ondas altas dos vocábulos.”

Nestes versos de Carlos Drummond de Andrade destacam-se dois sentidos para a navegação do Luís. Quais são?

2- O professor Hernani Cidade, na abertura de seu livro A literatura portuguesa e a expansão ultramarina, narra o seguinte episódio:

“Quando os nautas do Gama desembarcaram em Calecute, foi um deles interrogado sobre os motivos da viagem, e consta que respondeu:
‘-Viemos buscar cristãos e especiarias’.
Dava o marinheiro, na singeleza da resposta, a completa finalidade dos objetivos: a mistura, bem humana, da ganância comercial com proselitismo religioso.”

Relacione a resposta do marinheiro português com o momento histórico que marcou a viagem de Vasco da Gama às Índias (1497-99).

3- Um dos mais famosos sonetos de Camões assim se inicia:

“Transforma-se o amador na cousa amada,
Por virtude do muito imaginar;
Não tenho logo mais que desejar,
Pois em mim tenho a parte desejada.”

Você diria que no quarteto apresentado podemos perceber a visão platônica que Camões tem do amor? Por quê?

4- Leia para analisar:

“Destarte, enfim, conformes já as fermosas
Ninfas com seus amados navegantes,
Os ornam de capelas deleitosas
De louro e de ouro e flores abundantes.
As mãos alvas lhe davam como esposas;
Com palavras formais e estipulantes
Se prometem eterna companhia,
Em vida e morte, de honra e alegria.”

Quem escreveu a estrofe acima?
a) Luís de Camões c) Gil Vicente e)Antero de Quental
b)Almeida Garrett d)Fernando Pessoa


5- Veja o poema que se segue:
“No mar, tanta tormenta e tanto dano,
Tantas vezes a morte apercebida;
Na terra, tanta guerra, tanto engano,
Tanta necessidade aborrecida!
Onde pode acolher-se um fraco humano,
Onde terá segura a curta vida,
Que não se arme e se indigne o Céu sereno
Contra um bicho da terra tão pequena?”

Nessa estrofe, Camões:
a) exalta a coragem dos homens que enfrentam os perigos do mar e da terra.
b) considera quanto o homem deve confiar na providência divina que o ampara nos riscos e adversidades.
c) lamenta a condição humana ante os perigos, sofrimentos e incertezas da vida.
d) propõe uma explicação a respeito do destino do homem.
e) classifica o homem como um bicho da terra, dada a sua agressividade.

6- Assinale a correta: Camões...

a) nasceu no dia 10 de junho de1580.
b) escreveu uma epopéia publicada no ano de 1572.
c) tomou a Divina Comédia como modelo de seu poema.
d) foi amigo de Gil Vicente, com quem conviveu na corte.
e) esteve na Itália, de onde levou para Portugal os princípios da estética clássica.

7- O poema Os lusíadas, de Camões, se inclui entre as produções poéticas de forma fixa. Encerra 8.816 versos, todos com o mesmo número de sílabas. Que número é esse?

a)5 b)7 c)12 d)10 e)n.d.a.


8- A “oitava rima”, trazida da Itália por Sá de Miranda, foi adotada por Camões no poema Os lusíadas. Qual a disposição correta da “oitava rima”?

a) o 1º. com o 2º., o 3º. com o 4º., o 5º.com o 6º., o 7°.com o 8º.
b) o 1º. com o 3°.e o 5º., o 2º.com o 4º.e o 6º., o 7º.com o 8°.
c) o 1º. com o 3º., 5º.e 7º.;o 2º.com o 4º.,6º.e 8º.
d) n.d.a.

9- Camões distinguiu-se, na literatura portuguesa, entre outras razões:
a) por ter sido o primeiro escritor clássico de Portugal
b) por ter sido o maior caricaturista da sociedade portuguesa do século XVI
c) por ter criado o teatro popular
d) por ter escrito a melhor interpretação poética dos valores espirituais, morais e cívicos distinguiam a civilização portuguesa.

10- Na proposição de Os lusíadas, Camões afirma que vai cantar:

a) as navegações de Grécia e Tróia.
b) o que a musa antiga canta
c) as obras valorosas dos antigos romanos
d) as guerras, as navegações, a história dos reis e dos homens ilustres portugueses.


11- Em Os lusíadas, Camões:

a) narra a viagem de Vasco da Gama às Índias.
b) tem por objetivo criticar a ambição dos navegantes portugueses que abandonam a pátria à mercê dos inimigos para buscar ouro e glória em terras distantes.
c) afasta-se dos modelos clássicos, criando a epopéia lusitana, um gênero inteiramente original na época.
d) lamenta que, apesar de ter dominado os mares e descoberto novas terras, Portugal acabe subjugado pela Espanha.
e) tem como objetivo elogiar a bravura dos portugueses e o faz através da narração dos episódios mais valorosos da colonização brasileira.

12- Na Lírica de Camões,

a) o metro usado para a composição dos sonetos é a redondilha maior.
b) encontram-se sonetos, odes, sátiras e autos.
c) cantar a Pátria é o centro das preocupações.
d) encontra-se uma fonte de inspiração de muitos poetas brasileiros do século XX.
e) a Mulher é vista em seus aspectos físicos, despojada de espiritualidade.


13- Camões escreveu obra épica ou lírica? Justifique sua resposta, exemplificando com obras do autor.

14-No poema:

“Não mais, Musa, não mais, que a Lira tenho
Destemperada e a voz enrouquecida,
E não do canto, mas de ver que venho
Cantar a gente surda e endurecida.
O favor com que mais se acende o engenho
Não nó dá a pátria, não, que está metida
No gosto da cobiça e na rudeza
De uma austera, apagada e vil tristeza.”

Os versos acima pertencem a que parte de Os lusíadas?
a) Proposição b) Invocação c) Dedicatória
d) Narração e) Epílogo

As duas questões a seguir referem-se ao fragmento:

“Converte-se-me a carne em terra dura;
Em penedos os ossos se fizeram;
Estes membros que vês e esta figura
Por estas longas águas se estenderam,
Enfim, minha grandíssima estatura
Neste remoto cabo converteram
Os deuses; e, por mais dobradas mágoas,
Me anda Tétis cercando destas águas.”

15- Tem-se a figura do Gigante Adamastor criada pelo poeta:
a) português, Luís de Camões, em Os lusíadas
b) brasileiro, Basílio da Gama, em O Uruguai
c) português, Pe. Antônio Vieira, em Sermão de Sexagésima
d) brasileiro, Mário de Andrade, em Macunaíma
e) n.d.a.

16- Afigura da retórica que compõe o texto é:

a) metáfora: “consiste na transferência do nome de um elemento para outro, em vista de uma relação de semelhança entre ambos”.
b) prosopopéia: “atribui vida, ou qualidades humanas, a seres inanimados, irracionais, espécie de animismo”.
c) paronomásia: vocábulos semelhantes na forma, mas opostos ou aparentados no sentido.
d) metonímia: emprego de um vocábulo por outro, com o qual estabelece uma constante e lógica relação de contigüidade.

17- “Nem cinco sóis eram passados que de vós nos partíramos, quando a mais temerosa desdita pesou sobre nós. Por uma bela noite dos idos de maio do ano translato, perdíamos a muiraquitã; que outrem grafara muraquitã, e alguns doutos, ciosos de etimologias esdrúxulas, ortografam muyrakitan e até mesmo muraquéitã, não sorriais!”

Neste fragmento da “Carta pras Icamiabas”, em Macunaíma, de Mário de Andrade, encontramos:
a) uma paródia do estilo clássico lusitano.
b) um elogio à eloqüência dos parnasianos.
c) a valorização da linguagem utilizada pela estética do século XVIII.
d) uma apologia do estilo pretensioso e da oratória vazia de conteúdo.
e) uma sátira aos romances indianistas do século XIX.

18- No poema:

“Tanto de meu estado me acho incerto,
Que em vivo ardor tremendo estou de frio;
Sem causa, juntamente choro e rio,
O mundo todo abarco e nada aperto.

É tudo quanto sinto, um desconcerto;
Da alma um fogo me sai, da vista um rio;
Agora espero, agora desconfio,
Agora desvario, agora acerto.

Estando em terra, chego ao céu voando,
Num’hora acho mil anos, e é de jeito
Que em mil anos não posso achar um’hora.

Se me pergunta alguém por que assi ando,
Respondo que não sei; porém suspeito
Que só por que vos vi, minha senhora.”

O soneto acima transcrito é de Luís de Camões. Nele se acha uma característica da poesia clássica renascentista. Assinale essa característica, em uma das alternativas:
a) a suspeita de amor que o poeta declara na conclusão.
b) o jogo de contradições e perplexidades que atormentam o poeta.
c) o fato de todos perguntarem ao poeta porque assim anda.
d) o fato de o poeta não saber responder a quem o interroga.
e) a utilização de um soneto para relato das suas amarguras.


19- No poema:

“Ó tu, que tens de humano o gesto e o peito
(Se de humano é matar uma donzela,
Fraca e sem força, só por ter sujeito
O coração a quem soube vencê-la).
A estas criancinhas tem respeito,
Pois o não tens à morte escura dela;
Mova-te a piedade sua e minha,
Pois te não move a culpa que não tinha.”

A estância acima transcrita pertence a Os lusíadas de Luís de Camões, e faz parte de um dos mais conhecidos “episódios” daquela obra. Indique-o nas alternativas abaixo assinaladas:

a) Episódio da Ilha dos Amores.
b) Episódio do Gigante Adamastor.
c) Episódio de Inês de Castro.
d) Episódio dos Doze de Inglaterra.
e) Episódio da Batalha de Aljubarrota.

20- Sobre a lírica camoniana, é incorreto afirmar que:

a) boa parte de sua realização se encontra na poesia de inspiração clássica.
b) sua temática é variada, encontrando-se desde temas abstratos até tradicionais.
c) no aspecto formal, é toda construída em versos decassílabos em oitava rima.
d) sonda o sombrio mundo do “eu”, da mulher, da Pátria e de Deus.
e) muitas vezes, o poeta procura conceituar o Amor, lançando mão de antíteses e paradoxos.

camila

A PROPÓSITO DO TEXTO:

1. Pena e perdigão.
2. O poema pode ser relacionado com o ditado popular do perdigão que deseja voar bem alto, mas acaba caindo,pois vai alem de sua capacidade, assim também o personagem que eleva seus pensamentos e caiu junto com ele, uma vez que desejou aquilo que era mais do que podia ter.
3. Sim. Portugal também tinha suas ambições assim como o Perdigão.
4. Há um paralelo feito por Camões entre a vida e o amor, a brevidade com que as coisas acontecem e muitas vezes não é da forma que esperamos,sendo contraditório aos nossos sentimentos.Camões no poema enxerga o amor de forma pessimista e complexo.
5. Neste terceto o amor é abordado por Camões como um sentido instável,trazendo dor e desespero.
6. Eu amo tudo o que foi
Tudo o que já não é
A dor que já não me dói
A antiga e errônea fé
O ontem que a dor deixou
O que deixou alegria
Só porque foi, e voou
E hoje é já outro dia.
Fernando Pessoa

A Propósito do texto:

1. Soneto.
2. Amor.
3. O autor quer mostra de certa forma o que é o amor.
4. O dualismo do amor representando por meio das antíteses.Ao mesmo tempo que é bom é ruim.
5. Sim.Para o amor crescer é preciso amizade, pois é dela que nasce a cumplicidade entre as pessoas.


A Propósito do texto:

1. A imensidão dos céus aflige o homem, mas só la ele estaria seguro.
2. A terra é insegura e so nos céus teria segurança.
3. Viver a vida intensamente aproveitando cada dia,pois ela é breve.
4. Descreve a ansiedade em navegar por mundos desconhecidos,isso gera insegurança.
5. Um lugar causa encantamento, deixa os navegantes deslumbrados.

Exercício e Testes

1.Vocábulos e canções.
2.Sim.Podendo ser exemplificado na descobertas das índias, a expansão da Fe crista e busca por especiarias para expandir o comercio.
3.Sim pois o amor expresso por Camões é abstrato, platônico e inatingível.
4.(a)
5.(a)
6.(b)
7.(d)10
8.( b)
9.(d)
10.(d)
11.(a)
12.(a)
13. Épica:Os Lusíadas e lírica:os sonetos.
14.Epilogo.
15.(a)
16.(b)
17.(a)
18.(b)
19.(c)
20.(d)

JOSIANE FERREIRA COSTA

CANTO V

Publicado em 1572, o poema épico Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões, tem como assunto principal a viagem de Vasco da Gama às Índias (1497 - 1498). As perigosas viagens por mares nunca antes navegados, o contato com povos e costumes diferentes, a exaltação do herói lusitano.
Vasco da Gama prossegue narrando a sua viagem ao Rei de Melide desde a sua saída de Portugal,até suas aventuras e perigos no mar,a hostilidade dos nativos,os mistérios e o gigante Adamastor que assustou a todos.

Nas estrofes1-38,ele prossegue relatando sua saída e todos os lugares por onde passou.
Os navegantes viram desaparecer a fresca Serra de Sintra,após avançarem mar adentro não viu mais nenhum sinal de terra,ele diz ter descoberto mares que geração alguma descobriu.Prosseguindo sua viagem deixou as Ilhas Canárias,Costa da Mauritânia,Cabo Arsinário e aportaram na Ilha de Santiago onde descansaram,e passaram por Serra Leoa,Cabo das Palmas e enfrentaram muitos perigos e ouviram histórias misteriosas.

"Eu o vi certamente (e não presumo
Que a vista me enganava) levantar-se
No ar um vaporzinho e subtil fumo,
E, do vento trazido, rodear-se:
Daqui levado um cano ao pólo sumo
Se via, tão delgado, que enxergar-se
Dos olhos facilmente não podia:
Da matéria das nuvens parecia.

Nos lugares por onde passaram encontraram homens de pele negra,que não entendiam o que falavam.Por curiosidade um dos navegantes tenta conhecer o lugar onde eles moram e foram atacados por aquela gente e sairão dali sem nenhuma informação das Índias.

Já nas estrofes 39-50,é dedicado a aparição do gigante Adamastor e o narrador começa a descrever a aparência do gigante.

Não acabava, quando uma figura
Se nos mostra no ar, robusta e válida,
De disforme e grandíssima estatura,
O rosto carregado, a barba esquálida,
Os olhos encovados, e a postura
Medonha e má, e a cor terrena e pálida,
Cheios de terra e crespos os cabelos,
A boca negra, os dentes amarelos.

"Tão grande era de membros, que bem posso
Certificar-te, que este era o segundo
De Rodes estranhíssimo Colosso,
Que um dos sete milagres foi do mundo:
Com um tom de voz nos fala horrendo e grosso,
Que pareceu sair do mar profundo:

Arrepiam-se as carnes e o cabelo
A mi e a todos, só de ouvi-lo e vê-lo.

O Gigante Adamastor faz seu discurso e acusa a todos de varias coisas e os faz ameaças de coisas que iriam acontecer e o que sofreriam naquela região.Na ocasião devido a interferência de Vasco da Gama o gigante lhe confidencia detalhes de sua vida passada e desilusões sofridas por amor a uma ninfa chamada Tétis e como ele foi envergonhado.Ele por vergonha foge e se esconde e seus ossos foram transformados em rochas e seu corpo em terra e o debruçaram sobre as ondas do mar.Assim o gigante desaparece.

Estrofes 62-85,Ele relata sua chegada em Terra e como foram recebidos e tratados,as mulheres ali chegaram montadas em bois.Após a breve estadia naquele lugar,ele prossegue sua viagem e novamente enfrenta vários perigos.Em suas viagens fizeram muitos desembarques e conhecerão povos diferentes no lugar em que eles obtiveram informações sobre as Índias deram o nome de “Terra dos Bons Sinais”.Nos lugares por onde passarão além dos perigos enfrentados sofreram varias privações e dificuldade e doenças que mataram muitos homens.
Nas estrofes finais,prosseguindo sua viagem em pouco tempo alcançaram os marés das Índias o que despertou a fúria do deus Baco que convocou os outros deuses a uma reunião.No texto e citado o nome de poetas importantes como Virgilio e Homero.
O canto V termina com a exaltação dos feitos dos grandes heróis.

Este canto é um épico porque narra fatos heróicos de um povo,possui versos decassílabos,estrofes oitava-rima ,segue sempre o esquema ABBABCC.o poema divide-se em dez cantos de extensão irregular.

www.os lusíadas.com\
pt.wikipedia.org/wiki/Os_Lusíadas

quarta-feira, 18 de maio de 2011

FIXAÇÃO DA APRENDIZAGEM (AVALIATIVA)

CLASSICISMO

TEXTO 1: Mote alheio

Perdigão perdeu a pena,
Não há mal que lhe não venha.

Voltas

Perdigão que o pensamento
Subiu a um alto lugar,
Perde a pena do voar,
Ganha a pena do tormento.
Não tem no ar nem no vento
Asas com que se sustenha:
Não há mal que lhe não venha.
Quis voar a uma alta torre,
Mas achou-se desasado;
E, vendo-se depenado,
De puro penado morre.
Se a queixumes se socorre
Lança no fogo mais lenha:
Não há mal que lhe não venha.

TEXTO 2


Sete anos de pastor Jacob servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela;
Mas não servia ao pai, servia a ela,
E a ela só por prêmio pretendia.

Os dias, na esperança de um só dia,
Passava, contentando-se com vê-la;
Porém o pai, usando de cautela,
Em lugar de Raquel lhe dava Lia.

Vendo o triste pastor que com enganos
Lhe fora assi negada a sua pastora,
Como se a não tivera merecida,

Começa de servir outros sete anos,
Dizendo:- Mais servira, se não fora
Pera tão longo amor tão curta a vida!


Este soneto remonta a uma passagem bíblica que narra à história do pastor Jacó e de seu amor por Raquel. Esta, filha de Labão, tinha uma irmã mais velha: Lia. Para casar-se com Raquel, Jacó submeteu-se à condição imposta por Labão: trabalhar para ele por sete anos. Findo este prazo, Labão entregou-lhe Lia (segundo a tradição, a filha mais velha devia ser a primeira a se casar). Desapontado, Jacó desposou Lia, mas continuava desejando Raquel. O pai da moça, então, propôs-lhe novamente o mesmo acordo.
Assim se fez: Jacó trabalhou mais sete anos para ter Raquel mas, segundo a bíblia, “eles se mostraram aos seus olhos como apenas alguns dias, por causa de seu amor por ela”.


TEXTO 3

Busque Amor novas artes, novo engenho,
Pera matar-me, e novas esquivanças;
Que não pode tirar-me as esperanças,
Que mal me tirará o que eu não tenho.

Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças,
Andando em bravo mar, perdido o lenho.

Mas, conquanto não pode haver desgosto
Onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal que mata e não se vê;

Que dias há que na alma me tem posto
Um não sei quê, que nasce não sei onde,
Vem não sei como, e dói não sei por quê.

A propósito dos textos

1-No texto 1, Camões trabalha com várias palavras de duplo significado. Dê dois exemplos tirados do texto.

2-Relacione o texto 1 com aquele famoso provérbio que diz “Quanto mais alto o vôo, maior a queda”.

3-Seria possível relacionar Perdigão com Portugal? Justifique a resposta.

4-De que modo Camões vê o amor no texto 2?

5-E o Amor, no último terceto do texto 3?

6-A quase totalidade dos poetas, em todos os tempos, escreveu sobre o Amor. Cite algumas palavras relacionadas ao Amor, escritas por um poeta, ou mesmo por um compositor popular, que ficaram marcadas em você.

TEXTO 4

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo amor?

CAMÕES, Luís Vaz de. In: Obras completas. 4. ed. Lisboa, Sá da Costa, 1971.
A propósito do texto

1- Qual o nome que se dá a esse tipo de composição poética (14 versos divididos em dois quartetos e dois tercetos)?

2- O poeta repete várias vezes a forma verbal é, com a função de ligar um predicativo a um sujeito. Qual o sujeito desses verbos?

3- Qual a característica maior de todos os predicativos que aparecem no texto?

4- O texto apresenta várias antíteses. Qual seria a maior delas?

5- Você acredita que o Amor traz amizade aos corações humanos? Por quê?

TEXTO 1

Estrofe 106, Canto I

No mar tanta tormenta e tanto dano,
Tantas vezes a morte apercebida!
Na terra tanta guerra, tanto engano
Tanta necessidade aborrecida!

Onde pode acolher-se um fraco humano,
Onde terá segura a curta vida,
Que não se arme e se indigne o Céu sereno
Contra um bicho da terra tão pequeno?


TEXTO II

Estrofe 37-40, Canto V

Porém já cinco Sóis eram passados
Que dali nos partíramos, cortando
Os mares nunca de outrem navegados,
Prosperamente os ventos assoprando,
Quando uma noite, estando descuidados
Na cortadora proa vigiando,
Uma nuvem, que os ares escurece,
Sobre nossas cabeças aparece.

Tão temerosa vinha e carregada,
Que pôs nos corações um grande medo.
Bramindo, o negro mar de longe brada,
Como se desse em vão nalgum rochedo.
-“Ó Potestade- disse sublimada,
Que ameaço divino ou que segredo
Este clima e este mar nos apresenta,
Que mor cousa parece que tomenta?”

Não acabava, quando uma figura
Se nos mostra no ar, robusta e válida,
De disforme e grandíssima estatura,
O rosto carregado, a barba esquálida,
Os olhos encovados, e a postura
Medonha e má, e a cor terrena e pálida,
Cheios de terra e crespos os cabelos,
A boca negra, os dentes amarelos.

Tão grande era de membros, que bem posso
Certificar-se que este era o segundo
De Rodes estranhíssimo Colosso.
Que um dos sete milagres foi do mundo.
Cum tom de voz nos fala horrendo e grosso,
Que pareceu sair do mar profundo.
Arrepiam-se as carnes e o cabelo
A mi e a todos, só de ouvi-lo e vê-lo.

A propósito dos textos


1-Qual a relação estabelecida pelo Poeta entre o homem e o Céu?

2-Haverá um lugar “onde o homem terá segura sua curta vida”?

3-Na música “Os argonautas”, Caetano Veloso lembra os versos camonianos e as palavras de Fernando Pessoa, ao afirmar:

“O barco
meu coração
não agüenta
tanta tormenta
alegria
meu coração
não contenta
o dia, o março
meu coração
o porto, não
navegar é preciso
viver não é preciso”


Navegar pode ter seu significado ampliado, ter um sentido conotativo.
Como você o interpreta?

4- As estrofes do texto 2 pertencem a um famoso episódio de Os lusíadas. Qual é o episódio? Qual o seu significado no contexto do poema?

5- Potestade significa ‘autoridade’, ‘poder’. E Rodes o que seria? Qual a relação que tem com “um dos sete milagres do mundo”?


Exercícios e testes

1- Leia os versos de Drummond:

“Este, de sua vida e sua cruz
Uma canção eterna solta aos ares.
Luís de ouro vazando intensa luz
Por sobre as ondas altas dos vocábulos.”

Nestes versos de Carlos Drummond de Andrade destacam-se dois sentidos para a navegação do Luís. Quais são?

2- O professor Hernani Cidade, na abertura de seu livro A literatura portuguesa e a expansão ultramarina, narra o seguinte episódio:

“Quando os nautas do Gama desembarcaram em Calecute, foi um deles interrogado sobre os motivos da viagem, e consta que respondeu:
‘-Viemos buscar cristãos e especiarias’.
Dava o marinheiro, na singeleza da resposta, a completa finalidade dos objetivos: a mistura, bem humana, da ganância comercial com proselitismo religioso.”

Relacione a resposta do marinheiro português com o momento histórico que marcou a viagem de Vasco da Gama às Índias (1497-99).

3- Um dos mais famosos sonetos de Camões assim se inicia:

“Transforma-se o amador na cousa amada,
Por virtude do muito imaginar;
Não tenho logo mais que desejar,
Pois em mim tenho a parte desejada.”

Você diria que no quarteto apresentado podemos perceber a visão platônica que Camões tem do amor? Por quê?

4- Leia para analisar:

“Destarte, enfim, conformes já as fermosas
Ninfas com seus amados navegantes,
Os ornam de capelas deleitosas
De louro e de ouro e flores abundantes.
As mãos alvas lhe davam como esposas;
Com palavras formais e estipulantes
Se prometem eterna companhia,
Em vida e morte, de honra e alegria.”

Quem escreveu a estrofe acima?
a) Luís de Camões c) Gil Vicente e)Antero de Quental
b)Almeida Garrett d)Fernando Pessoa


5- Veja o poema que se segue:
“No mar, tanta tormenta e tanto dano,
Tantas vezes a morte apercebida;
Na terra, tanta guerra, tanto engano,
Tanta necessidade aborrecida!
Onde pode acolher-se um fraco humano,
Onde terá segura a curta vida,
Que não se arme e se indigne o Céu sereno
Contra um bicho da terra tão pequena?”

Nessa estrofe, Camões:
a) exalta a coragem dos homens que enfrentam os perigos do mar e da terra.
b) considera quanto o homem deve confiar na providência divina que o ampara nos riscos e adversidades.
c) lamenta a condição humana ante os perigos, sofrimentos e incertezas da vida.
d) propõe uma explicação a respeito do destino do homem.
e) classifica o homem como um bicho da terra, dada a sua agressividade.

6- Assinale a correta: Camões...

a) nasceu no dia 10 de junho de1580.
b) escreveu uma epopéia publicada no ano de 1572.
c) tomou a Divina Comédia como modelo de seu poema.
d) foi amigo de Gil Vicente, com quem conviveu na corte.
e) esteve na Itália, de onde levou para Portugal os princípios da estética clássica.

7- O poema Os lusíadas, de Camões, se inclui entre as produções poéticas de forma fixa. Encerra 8.816 versos, todos com o mesmo número de sílabas. Que número é esse?

a)5 b)7 c)12 d)10 e)n.d.a.


8- A “oitava rima”, trazida da Itália por Sá de Miranda, foi adotada por Camões no poema Os lusíadas. Qual a disposição correta da “oitava rima”?

a) o 1º. com o 2º., o 3º. com o 4º., o 5º.com o 6º., o 7°.com o 8º.
b) o 1º. com o 3°.e o 5º., o 2º.com o 4º.e o 6º., o 7º.com o 8°.
c) o 1º. com o 3º., 5º.e 7º.;o 2º.com o 4º.,6º.e 8º.
d) n.d.a.

9- Camões distinguiu-se, na literatura portuguesa, entre outras razões:
a) por ter sido o primeiro escritor clássico de Portugal
b) por ter sido o maior caricaturista da sociedade portuguesa do século XVI
c) por ter criado o teatro popular
d) por ter escrito a melhor interpretação poética dos valores espirituais, morais e cívicos distinguiam a civilização portuguesa.

10- Na proposição de Os lusíadas, Camões afirma que vai cantar:

a) as navegações de Grécia e Tróia.
b) o que a musa antiga canta
c) as obras valorosas dos antigos romanos
d) as guerras, as navegações, a história dos reis e dos homens ilustres portugueses.


11- Em Os lusíadas, Camões:

a) narra a viagem de Vasco da Gama às Índias.
b) tem por objetivo criticar a ambição dos navegantes portugueses que abandonam a pátria à mercê dos inimigos para buscar ouro e glória em terras distantes.
c) afasta-se dos modelos clássicos, criando a epopéia lusitana, um gênero inteiramente original na época.
d) lamenta que, apesar de ter dominado os mares e descoberto novas terras, Portugal acabe subjugado pela Espanha.
e) tem como objetivo elogiar a bravura dos portugueses e o faz através da narração dos episódios mais valorosos da colonização brasileira.

12- Na Lírica de Camões,

a) o metro usado para a composição dos sonetos é a redondilha maior.
b) encontram-se sonetos, odes, sátiras e autos.
c) cantar a Pátria é o centro das preocupações.
d) encontra-se uma fonte de inspiração de muitos poetas brasileiros do século XX.
e) a Mulher é vista em seus aspectos físicos, despojada de espiritualidade.


13- Camões escreveu obra épica ou lírica? Justifique sua resposta, exemplificando com obras do autor.

14-No poema:

“Não mais, Musa, não mais, que a Lira tenho
Destemperada e a voz enrouquecida,
E não do canto, mas de ver que venho
Cantar a gente surda e endurecida.
O favor com que mais se acende o engenho
Não nó dá a pátria, não, que está metida
No gosto da cobiça e na rudeza
De uma austera, apagada e vil tristeza.”

Os versos acima pertencem a que parte de Os lusíadas?
a) Proposição b) Invocação c) Dedicatória
d) Narração e) Epílogo

As duas questões a seguir referem-se ao fragmento:

“Converte-se-me a carne em terra dura;
Em penedos os ossos se fizeram;
Estes membros que vês e esta figura
Por estas longas águas se estenderam,
Enfim, minha grandíssima estatura
Neste remoto cabo converteram
Os deuses; e, por mais dobradas mágoas,
Me anda Tétis cercando destas águas.”

15- Tem-se a figura do Gigante Adamastor criada pelo poeta:
a) português, Luís de Camões, em Os lusíadas
b) brasileiro, Basílio da Gama, em O Uruguai
c) português, Pe. Antônio Vieira, em Sermão de Sexagésima
d) brasileiro, Mário de Andrade, em Macunaíma
e) n.d.a.

16- Afigura da retórica que compõe o texto é:

a) metáfora: “consiste na transferência do nome de um elemento para outro, em vista de uma relação de semelhança entre ambos”.
b) prosopopéia: “atribui vida, ou qualidades humanas, a seres inanimados, irracionais, espécie de animismo”.
c) paronomásia: vocábulos semelhantes na forma, mas opostos ou aparentados no sentido.
d) metonímia: emprego de um vocábulo por outro, com o qual estabelece uma constante e lógica relação de contigüidade.

17- “Nem cinco sóis eram passados que de vós nos partíramos, quando a mais temerosa desdita pesou sobre nós. Por uma bela noite dos idos de maio do ano translato, perdíamos a muiraquitã; que outrem grafara muraquitã, e alguns doutos, ciosos de etimologias esdrúxulas, ortografam muyrakitan e até mesmo muraquéitã, não sorriais!”

Neste fragmento da “Carta pras Icamiabas”, em Macunaíma, de Mário de Andrade, encontramos:
a) uma paródia do estilo clássico lusitano.
b) um elogio à eloqüência dos parnasianos.
c) a valorização da linguagem utilizada pela estética do século XVIII.
d) uma apologia do estilo pretensioso e da oratória vazia de conteúdo.
e) uma sátira aos romances indianistas do século XIX.

18- No poema:

“Tanto de meu estado me acho incerto,
Que em vivo ardor tremendo estou de frio;
Sem causa, juntamente choro e rio,
O mundo todo abarco e nada aperto.

É tudo quanto sinto, um desconcerto;
Da alma um fogo me sai, da vista um rio;
Agora espero, agora desconfio,
Agora desvario, agora acerto.

Estando em terra, chego ao céu voando,
Num’hora acho mil anos, e é de jeito
Que em mil anos não posso achar um’hora.

Se me pergunta alguém por que assi ando,
Respondo que não sei; porém suspeito
Que só por que vos vi, minha senhora.”

O soneto acima transcrito é de Luís de Camões. Nele se acha uma característica da poesia clássica renascentista. Assinale essa característica, em uma das alternativas:
a) a suspeita de amor que o poeta declara na conclusão.
b) o jogo de contradições e perplexidades que atormentam o poeta.
c) o fato de todos perguntarem ao poeta porque assim anda.
d) o fato de o poeta não saber responder a quem o interroga.
e) a utilização de um soneto para relato das suas amarguras.


19- No poema:

“Ó tu, que tens de humano o gesto e o peito
(Se de humano é matar uma donzela,
Fraca e sem força, só por ter sujeito
O coração a quem soube vencê-la).
A estas criancinhas tem respeito,
Pois o não tens à morte escura dela;
Mova-te a piedade sua e minha,
Pois te não move a culpa que não tinha.”

A estância acima transcrita pertence a Os lusíadas de Luís de Camões, e faz parte de um dos mais conhecidos “episódios” daquela obra. Indique-o nas alternativas abaixo assinaladas:

a) Episódio da Ilha dos Amores.
b) Episódio do Gigante Adamastor.
c) Episódio de Inês de Castro.
d) Episódio dos Doze de Inglaterra.
e) Episódio da Batalha de Aljubarrota.

20- Sobre a lírica camoniana, é incorreto afirmar que:

a) boa parte de sua realização se encontra na poesia de inspiração clássica.
b) sua temática é variada, encontrando-se desde temas abstratos até tradicionais.
c) no aspecto formal, é toda construída em versos decassílabos em oitava rima.
d) sonda o sombrio mundo do “eu”, da mulher, da Pátria e de Deus.
e) muitas vezes, o poeta procura conceituar o Amor, lançando mão de antíteses e paradoxos.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

CLASSICISMO EM PORTUGAL

O Classicismo se inicia em Portugal no ano de 1527. O marco cronológico desse período é a volta de Francisco Sá de Miranda a Portugal, após passar seis anos na Itália, introduzindo, assim, novos conceitos de arte e um novo ideal de poesia, conhecido como dolce stil nuovo (doce estilo novo).

Em oposição ao ideal quatrocentista de poesia, escrito em redondilha maior ou menor, Sá de Miranda traz da Itália a medida nova (versos decassílabos), já cultivada por Dante Alighieri e Francesco Petrarca.

Novas formas poéticas de inspiração clássica passam a ser compostas pelos artistas chamados de humanistas ou italianizantes: o soneto (composição de 14 versos divididos em dois quartetos e dois tercetos), a ode (poesia de exaltação), a elegia (composição inspirada em sentimentos tristes), a écloga (composição amorosa, pastoril), a epístola (composição poética à maneira de uma carta).

Sá de Miranda

Francisco Sá de Miranda nasceu em Coimbra, em 1481. Após frequentar a Universidade de Lisboa e a corte do rei D. João III, fez uma importante viagem à Itália renascentista, lá permanecendo de 1521a1526. Nessa estada por terras italianas, conviveu com alguns dos mais importantes artistas da época. Em 1527, já estabelecido novamente em Portugal, divulgou a nova concepção de arte, o doce estilo novo. Faleceu em 1558. De sua produção literária, merecem destaque duas comédias –Estrangeiros e Vilhalpandos-além de algumas poesias, entre elas uma em que é um dos pioneiros ao apresentar o tema do homem dividido na literatura portuguesa:



“Comigo me desavim,
Sou posto em todo perigo:
Não posso viver comigo
Nem posso fugir de mim.”


O século XVI é considerado um período áureo da arte e particularmente da literatura portuguesa: ao lado dos maravilhosos monumentos arquitetônicos do período manuelino
(governo de D. Manuel), temos a produção do humanista Gil Vicente, e o Renascimento português encontra sua máxima expressão em Luís de Camões. Também é no século XVI que a língua portuguesa assume contornos definitivos, iniciando o período do português moderno.

Entretanto, é no final desse mesmo século XVI que Portugal conhece uma grande derrocada econômica e política. Em 1580, temos a unificação da Península Ibérica sob domínio espanhol. Esse fato marca o fim do Classicismo quinhentista e, sob a influência espanhola, inicia-se o Barroco.

O RENASCIMENTO EM PORTUGAL

No século XIV, verifica-se o fim do monopólio clerical no que diz respeito à cultura. Os filhos dos burgueses começam a freqüentar as universidades e a tomar contato com uma cultura desligada dos conceitos medievais. A nova realidade econômica vivida pela Europa com a decadência do feudalismo e o fortalecimento da burguesia exige uma nova cultura, mais liberal, antropocêntrica, identificada com o mercantilismo. Pode-se definir o Renascimento como “a aceitação definitiva das formas em que a arte, a historia, a literatura e a filosofia greco-latinas se tinham expresso, e a assimilação do espírito pagão que as animava”.

O Renascimento teve por berço a Itália, logo se estendendo aos demais países europeus. Em Portugal o momento histórico vivido pela Dinastia de Avis (a centralização do poder, as Grandes Navegações, o comércio) é propício à entrada dos novos ventos trazidos da Itália. Já no final do século XV (1487) foi introduzida a imprensa em Portugal. Começam a ser lidos autores humanistas italianos como Dante Alighieri, Francesco Petrarca e Giovanni Boccaccio.

Entre os autores portugueses marcados por forte tom humanista, destacam-se os historiadores João de Barros, Damião de Góis e Fernão Mendes Pinto; e, entre os autores tipicamente renascentistas, Sá de Miranda, Antônio Ferreira (autor da tragédia A Castro) e Luís de Camões.

Os humanistas: uma nova visão do mundo

“Os humanistas, num gesto ousado, tendiam a considerar como mais perfeita e mais expressiva a cultura que havia surgido e se desenvolvido no seio do paganismo, antes do advento de Cristo. (...) Eram todos cristãos e apenas desejavam reinterpretar a mensagem do Evangelho à luz da experiência e dos valores da Antiguidade. Valores esses que exaltavam a capacidade de ação do homem, sua liberdade de atuação e de participação na vida das cidades. A crença de que o homem é a fonte de energias criativas ilimitadas, possuindo uma disposição inata para a ação, a virtude e a glória. Por isso, a especulação em torno do homem e de suas capacidades físicas e espirituais se tornou a preocupação fundamental desses pensadores, definindo uma atitude que se tornou conhecida como antropocentrismo. A coincidência desses ideais com os propósitos da camada burguesa é mais do que evidente.”
(SEVCENKO, Nicolau. O Renascimento. 2. ed. São Paulo. Atual/ Campinas, Unicamp, 1985. p.14-5.)

CARACTERÍSTICAS

O Classicismo é a época literária que se fundamenta na imitação da estética literária seguida pelos mestres da Antiguidade Clássica greco-romana. Imita-se primeiramente a Itália e depois a Antiguidade. A literatura passa a se caracterizar pela retomada da mitologia pagã, pela perfeição estética, marcada pela pureza de formas. Os homens do século XVI acreditavam que os antigos gregos e romanos eram detentores dos ideais de Beleza. Dessa forma, Platão, Homero, Virgílio e outros mestres da Antiguidade são imitados, pois seus valores são eternos e absolutos.
A poesia adota certas formas poéticas fixas, sujeitas a determinadas regras. Com isso, surge um novo conceito de poesia, uma vez que os poetas se sentem mais preparados intelectualmente se comparados aos poetas medievais; os temas poéticos são vários, atingindo a reflexão moral, a filosofia, a política, além do lirismo amoroso. Quanto à métrica, ao lado de uma herança medieval representada pelas redondilhas, usa-se a medida nova. Além do soneto, introduzido em Portugal por Sá de Miranda, o Classicismo cultiva a epopéia, segundo os modelos de Homero (Ilíada e Odisséia) e de Virgílio (Eneida).


O verso decassílabo- também chamado de medida nova- é típico do Renascimento. São dez sílabas poéticas, contadas até a última sílaba tônica de cada verso. Dependendo de sua acentuação, o decassílabo divide-se em heróico (acentos na 6º e 10º sílabas poéticas) e sáfico (acentos na 4º, 8º e 10º sílabas poéticas).

A PRODUÇÃO LITERÁRIA: Luís Vaz de Camões

A vida de Camões ainda permanece pontilhada de dúvidas. Admite-se como a data mais provável de seu nascimento o ano de 1524. Era filho de Simão Vaz de Camões e de Ana de Sá de Macedo, e descendente de uma família de fidalgos decadentes. Teria frequentado por algum tempo a Universidade de Coimbra.

Teria servido como militar no Norte da África, onde, ferido em combate, perdeu o olho direito. Com certeza, em 1550 vivia em Lisboa e freqüentava a corte; em 1552 foi preso por ter agredido um oficial do rei e só foi posto em liberdade em 1553, indo direto para o exílio.

Inicia-se assim uma longa jornada de 17 anos de exílio, tendo o poeta vivido nas colônias portuguesas da África e da Ásia, chegando a morar em Macau, colônia portuguesa na China. Foram anos de dificuldades econômicas e algumas passagens pela cadeia. Só retorna a Portugal em 1570, após a morte de D. João III, já com Os lusíadas terminados, em 1572 é publicada a primeira edição do poema.

D. Sebastião, rei de Portugal a quem havia sido dedicado o poema, concede-lhe uma pensão de 15.000 réis por ano, quantia que o poeta recebeu sem regularidade. Morre na miséria em 10 de junho de 1580, sendo enterrado como indigente, em vala comum.

Sua obra é composta de poesias líricas, uma poesia épica, três peças para teatro e algumas cartas.

CAMÕES LÍRICO

Camões é tradicionalmente considerado o maior poeta lírico português. A poesia lírica de Camões apresenta-se marcada por uma dualidade: ora são textos de nítida herança da tradicional poesia portuguesa, inclusive escritos em redondilhas; ora são poesias perfeitamente enquadradas no estilo novo do Renascimento. Entretanto, não se pode dizer que Camões tenha conseguido isolar suas influências; pelo contrário, elas aparecem misturadas, fundidas, resultando daí uma obra típica do século XVI. Para uma da poesia lírica camoniana, passamos a uma rápida caracterização dos principais temas abordados:
-Poesia tradicional- a herança das cantigas trovadorescas em Camões aparece principalmente nas redondilhas. O mar, a fonte, a natureza surgem constantemente em diálogos, lembrando as cantigas de amigo:


Cantiga

“Cantiga alheia:
Na fonte está Lianor
Lavando a talha e chorando,
Às amigas perguntando:
- Vistes lá o meu amor?”


Voltas
“Posto o pensamento nele,
Porque a tudo o amor obriga,
Cantava, mas a cantiga
Eram suspiros por ele.
Nisto estava Lianor
O seu desejo enganando,
Às amigas perguntando:
- Vistes lá o meu amor?”

Como se observa, é a mesma temática das cantigas de amigo, só que agora escrita em terceira pessoa, e não mais em primeira, ou seja, o poeta não mais escreve colocando-se no lugar da mulher, mas escreve sobre a mulher angustiada à espera de seu namorado.

- Neoplatonismo (as idéias platônicas em Camões)- Platão e sua filosofia foram retomados em meados do século XV pelos humanistas da cidade de Florença e marcaram fortemente toda a produção literária do Renascimento. Percebe-se nitidamente essa influência platônica em várias composições de Camões, tanto em alguns sonetos como nas redondilhas de Babel e Sião.
Platão concebia dois mundos: um mundo sensível, em que habitamos, e o mundo inteligível, das idéias puras. Neste, encontramos as divinas essências, as verdades: Deus, o Belo, o Bom, a Sabedoria, o Amor, a Justiça etc. No mundo sensível, as realidades concretas são simples sombras ou reflexos das idéias puras. As almas, que são imortais, habitam o mundo inteligível; quando as almas caem da esfera inteligível para a sensível, conservam uma recordação que podem avivar por meio da reminiscência. Há, dessa forma, uma constante busca do ideal, que não é mais do que uma tentativa de ascensão do mundo sensível (das realidades concretas, meras imitações particulares) ao mundo inteligível (da essência, a verdade universal). No mundo sensível temos, por exemplo, amores particulares; no mundo inteligível, temos o Amor (a maiúscula indica sempre a essência, a idéia), ou melhor, o Amor platônico.
A partir do século XV, percebe-se uma tentativa de aproximar a filosofia platônica dos princípios do cristianismo. Dessa forma, o mundo inteligível, as essências, as verdades corresponderiam, segundo a tradição cristã, ao Céu e as criações divinas.

Seio
“O teu seio que em minha mão
Tive uma vez, que vez aquela!
Sinto-o ainda, e ele é dentro dela
O seio-idéia de Platão.”

(BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida inteira. 8 ed. Rio de Janeiro, José Olympio, 1980. p.224.)

A alegoria da caverna

“Num de seus diálogos, em A República, Platão compara os dois mundos: o mundo sensível e o mundo inteligível; compara-os as sombras que se projetariam no fundo de uma caverna escura se por diante da entrada dessa caverna passassem objetos iluminados pelo sol. Do mesmo modo que entre as sombras projetadas por esses objetos e os objetos mesmos há um abismo de diferença, e, sem embargo, as sombras são em certo modo partícipes da realidade dos objetos que passam, desse mesmo modo os seres que contemplamos na nossa existência sensível, no mundo sensível, não são mais que sombras efêmeras, transitórias, imperfeitas, passageiras, reproduções ínfimas, inferiores, dessas idéias puras, perfeitas, eternas, imperecíveis, indissolúveis, imutáveis, sempre iguais a si mesmas, cujo conjunto forma o mundo das idéias.”

(MORENTE, Manuel Garcia. Fundamentos da filosofia. São Paulo, Mestre Jou, 1964.p.85-6.)

Em plena década de 70, Gilberto Gil compôs uma música na qual, de forma platônica, falava da esperança de viver numa sociedade mais justa, livre e feliz (seria a idéia pura, mundo inteligível), em oposição à situação concreta de uma sociedade injusta e ditatorial, um mundo de trevas (mundo sensível). O compositor baiano inicia a letra da composição lembrando a alegoria da caverna:


“O mundo da sombra, caverna escondida,
onde a luz da vida foi quase apagada;
o mundo da sombra, região do escuro,
do coração duro, da alma abalada, abalada...”

A música intitula-se “Balada do lado sem luz”.

-O Amor- um dos temas mais ricos da lírica camoniana é o Amor visto como idéia (neoplatonismo) e o amor como manifestação de carnalidade. No Amor enquanto idéia ou espiritualidade, que conduz a uma idealização da mulher, é nítida a influência da poesia de Petrarca (e, por extensão, de Dante Alighieri). A mulher amada é sempre retratada de forma ideal, recorrendo o poeta a uma constante adjetivação, que descreve um ser superior, angelical, perfeito (tal qual Laura, amada por Petrarca, e a Beatriz de Dante Alighieri). Por outro lado, a própria vida atribulada do poeta, sua experiência concreta (diríamos, do mundo sensível), leva Camões a cantar não mais um amor espiritualizado, mas um amor terreno, carnal, erótico (é a Vênus que aparece em inúmeras poesias líricas e mais adiante aparecerá em Os lusíadas). A impossibilidade de obter uma síntese desses dois amores leva a poesia camoniana algumas vezes a uma contradição que se manifesta no uso abusivo de antíteses.

- O “desconcerto do mundo”- esse foi um dos temas que mais perturbou o poeta português, manifestando-se nas injustiças, no prêmio aos maus e no castigo aos bons; na ambição e na tentativa de guardar bens que acabam no nada da morte; nos sofrimentos constantes que aniquilam as prováveis conquistas; enfim, num conflito violento entre o ser e o dever ser. Portanto, o mundo é um “desconcerto” e:

“Quem pode ser no mundo tão quieto
ou quem terá tão livre o pensamento
(ao)
ver e notar do mundo o desconcerto?”

O inconformismo do poeta se manifesta claramente nas famosas redondilhas que afirmam:

“Os bons vi sempre passar
no mundo graves tormentos,
e, para mais me espantar,
os maus vi sempre nadar
em mar de contentamentos.


Cuidando alcançar assim
o bem tão mal ordenado,
fui mal.Mas fui castigado.
Assim que só para mim
anda o mundo concertado.”

CAMÕES ÉPICO - OS LUSÍADAS

Publicado em 1572, Os lusíadas é considerado o maior poema épico da língua portuguesa. Não pelos 8.816 versos decassílabos distribuídos em 1.102 estrofes de oito versos cada, mas pelo seu valor poético.
Para uma melhor compreensão do poema, levantaremos a seguir alguns aspectos fundamentais da obra:
- Título- Camões foi buscar a palavra lusíadas numa epístola escrita por André de Resende, em 1531. A palavra significa ‘os lusitanos’ e, como afirma Hernâni Cidade, é um “nome que logo nos anuncia a história heróica de todo um povo. Os lusíadas são os próprios Lusos, em sua alma como em sua ação”.

- Herói- o herói de Os lusíadas não é Vasco da Gama, como se poderia pensar numa leitura superficial do poema, mas sim todo o povo português (do qual Vasco da Gama é digno representante). O próprio poeta afirma que vai cantar “as armas e os barões assinalados” que navegaram “por mares nunca dantes navegados”.
Ou seja, todo o povo lusitano navegador que enfrenta a morte pelos mares desconhecidos (lembre-se de que corriam várias lendas sobre o Mar Tenebroso).

“As epopéias são narrativas de fundo histórico em que se registram poeticamente as tradições e os ideais de um grupo étnico sob a forma de aventuras de um ou alguns heróis.”

(Antônio José Saraiva)


O herói de Os lusíadas

“Tem-se discutido se o herói d’ Os lusíadas era o povo português (‘ o peito ilustre lusitano’) ou Vasco da Gama. As duas teses podem conciliar-se. Vasco da Gama é ao mesmo tempo uma personagem real e simbólica. O que ele fez basta para consagrar a sua fama, que é universal. Temos, porém, de verificar que o poeta resume nele toda a glória dos descobridores que o precederam e lhe sucederam.”

(LE GENTIL, Georges. Camões. Lisboa, Portugália, 1969.p.57.)

-Tema- o poeta deixa expresso o tema da epopéia nas duas primeiras estrofes: a glória do povo navegador português, que “entre gente remota edificaram/ Novo Reino que tanto sublimaram”, isto é, os navegadores que conquistaram as Índias e edificaram o Império Português do Oriente, bem como as memórias dos reis portugueses que tentaram ampliar o Império: “E também as memórias gloriosas/ Daqueles reis que foram dilatando/ A Fé, o Império...”. Portanto, Camões cantará as conquistas de Portugal, as glórias dos navegadores, os reis do passado; em outras palavras, a história de Portugal.

O tempo de Camões

“Mas na vastidão do império estava implícitas as causas da ruína. O pequeno reino português, nascido entre brados de guerra e fortalecido no meio do estrondo das armas, sabia conquistas; mas o mesmo pequeno reino, de recursos diminutos e pobre de gente, pela continuação da peleja, não pôde conservar as suas conquistas. As riquezas do além-mar, o ouro do novo mundo, tornaram-se a perdição da pátria. As virtudes cívicas do velho Luso não existiam às novas condições de vida. Todos queriam gozar e chegar rapidamente ao ócio que a fortuna proporciona. O arado e a enxada não bastavam para alcançar este fim; só os serviços ultramarinos, na frota e nas colônias. As grandes armadas exigiam um pessoal numeroso de marinheiros e de soldados. Naufrágios e guerras, os climas inóspitos, os cansaços das viagens, febres e pestes, a vida desregrada, dizimavam anualmente as legiões de imigrantes que saiam do Continente. Muitos deixavam-se estar nas terras estrangeiras, porque não tinham com que pagar a volta.
Assim foram escasseando pouco a pouco em Portugal os braços robustos. A indústria e o comércio definhavam; os campos jaziam incultos e maninhos. Portugal adoecera de anemia, resultante da sua grandeza colonial.”

(STORCK, Wilhelm. Vida e obras de Luís de Camões. Lisboa, 1897.p.86-7.)


- Estrutura- os dez cantos que formam o poema aparecem divididos em cinco partes, comuns a todas as epopéias clássicas:
- Proposição: é a apresentação do poema, com destaque para o tema e o herói. São as estrofes 1,2 e 3 do Canto I:

Estrofe 1

“As armas e os Barões assinalados
Que, da Ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca dantes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;”


Estrofe 2

“E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando,
E aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei da Morte libertando:
Cantando espalharei por toda parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.”

Estrofe 3

“Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandro e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Netuno e Marte obedeceram.
Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.”


-Invocação: o poeta pede inspiração as Tágides, ninfas do rio Tejo, para que lhe dêem um “engenho ardente” e “um som alto e sublimado, um estilo grandíloco”. A invocação inicial é feita nas estrofes 4 e 5 do Canto I.

-Dedicatória: o poema é dedicado a D. Sebastião, rei de Portugal à época da publicação do poema. A Dedicatória se estende da estrofe 6 à 18 do Canto I.

-Narração: é a longa parte narrativa na qual o poeta desenvolve o tema contando os episódios da viagem de Vasco da Gama e a história de Portugal. Estende-se da estrofe 19 do Canto I até a estrofe 144 do Canto 10, totalizando 1072 estrofes. A seguir, veremos rápidos resumos dos cantos para uma idéia da totalidade do poema.


Canto I

A narração se inicia com a frota portuguesa
em pleno oceano Índico- portanto, já no meio da viagem:

“Já no largo Oceano navegavam,
As inquietas ondas apartando;
Os ventos brandamente respiravam,
Das naus as velas côncavas inchando”

Surgem os primeiros obstáculos. O destino dos navegadores é decidido no Concílio dos deuses no Olimpo. Baco e Netuno estão contra os portugueses, Vênus e Marte estão a favor; Júpiter decide pela continuidade da viagem, atendendo aos pedidos de Vênus. A viagem prossegue até Mombaça.


Canto II

Narra a viagem de Mombaça a Melinde. Mais uma vez, Baco tenta destruir a frota portuguesa, que é salva pela interferência de Vênus. Ao chegar a Melinde, Vasco da Gama é recebido pelo rei, o qual lhe pede que conte a História de Portugal:

“-Mas antes, valeroso Capitão,
Nos conta (lhe dizia), diligente,
Da terra tua o clima e região
Do mundo onde morais, distintamente;
E assi de vossa antiga geração,
E o princípio do Reino tão potente,
Cos sucessos das guerras do começo,
Que, sem sabê-las, sei que são do preço.”

Canto III

Vasco da Gama inicia a narração da história de Portugal; Neste Canto, é contada a história da primeira dinastia portuguesa (desde a formação do Estado independente até a Revolução de Avis). Ao narrar o governo de D. Pedro, Camões escreve o mais belo episódio lírico do poema: o caso de Inês de Castro.


Estrofe 119

“Tu, só tu, puro amor, com força crua,
Que os corações humanos tanto obriga,
Deste causa à molesta morte sua,
Como se fora pérfida inimiga.
Se dizem, fero Amor, que a sede tua
Nem com lágrimas tristes se mitiga,
É porque queres áspero e tirano,
Tuas aras banhar em sangue humano.


Estrofe 120

Estavas, linda Inês, posta em sossego,
De teus anos colhendo doce fruito,
Naquele engano da alma, ledo e cego,
Que a Fortuna não deixa durar muito;
Nos saudosos campos do Mondego,
De teus fermosos olhos nunca enxuito,
Aos montes ensinando e às ervinhas
O nome que no peito escrito tinhas.”

Canto IV

Vasco narra ao rei de Melinda a história da segunda dinastia, período que vai desde a Revolução de Avis até a saída da frota de Gama, já no governo de D. Manuel. No final do Canto, quando a frota vai iniciar a viagem surge na praia do Restelo um velho que faz sérias críticas às navegações, mostrando que o povo, alheio aos lucros, é quem navega e morre; o rei e a burguesia lucram.


Estrofe 95

“Ó glória de mandar, ó vã cobiça
Desta vaidade a quem chamamos Fama!
Ó fraudulento gosto, que se atiça
C’uma aura popular, que honra se chama!
Que castigo tamanho e que justiça
Fazes no peito vão que muito te ama!
Que mortes, que perigos, que tormentas,
Que crueldades neles exprimentas!

Estrofe 97

A que novos desastres determinas
De levar estes Reinos a esta gente?
Que perigos, que mortes lhe destinas,
Debaixo dalgum nome preminente?
Que promessa de reinos e de minas
De ouro, que lhe farás tão facilmente?
Que famas lhe prometerás? Que histórias?
Que triunfos? Que palmas? Que vitórias?”


Compare essa fala do velho do Restelo com a estrofe que inicia o Epílogo, transcrita mais adiante. Diríamos que a desilusão final do poeta apresenta seus primeiros sintomas já na fala do velho.


Canto V

Ainda em Melinde, Vasco da Gama agora narra a viagem de Portugal ao Canal de Moçambique, no Índico. São vários obstáculos, representados ora por fenômenos naturais (como a tromba marítima), ora por doenças (como o escorbuto). Neste Canto, Vasco narra a passagem pelo Cabo das Tormentas, personificado na figura do Gigante Adamastor; diálogo entre Vasco da Gama e o Gigante.


Escorbuto

Nome de uma doença provocada pela carência de vitamina C. Surgem placas esbranquiçadas pelo corpo, as gengivas incham e sangram, há hemorragias internas e externas. Em pouco tempo, as gengivas apodrecem e os doentes falecem.
O escorbuto atacava os navegadores portugueses principalmente na região próxima ao trópico de Capricórnio, nas costas africanas (daí o escorbuto ser também conhecido como “mal de Luanda”- Luanda, capital de Angola).
Era um dos males mais temidos pelos navegadores, assim mostrado por Camões:

“E foi que, de doença crua e feia,
A mais que eu nunca vi, desampararam
Muitos a vida, e em terra estranha e alheia
Os ossos para sempre sepultaram.
Quem haverá que, sem o ver, o creia,
Que tão disformemente ali lhe incharam
As gengivas na boca, que crescia
A carne e juntamente apodrecia?”

(estrofe 81, Canto V)

Canto VI

Os portugueses partem de Melinde em direção a Calecute, na Índia. Baco e Netuno convencem Éolo, deus dos ventos, a armar uma violenta tempestade; mais uma vez, Vênus salva os lusitanos. Chegada à Índia.

Canto VII

Há uma descrição da Índia e dos primeiros contatos com os mouros. Camões interrompe a narração para lamentar-se de sua vida miserável, de várias injustiças sofridas, e mostra os primeiros sintomas de cansaço.

Canto VIII

Continua a narração dos acontecimentos na Índia; mais problemas com os mouros; referências ao comércio.

Canto IX

Relato dos últimos acontecimentos na Índia; há perigo de navios vindos de Meca destruírem os portugueses. Vasco apressa a partida, iniciando a viagem de volta.
Como prêmio, os navegadores param na Ilha dos Amores e recebem o carinho das ninfas. Vasco da Gama ama Tétis.

Canto X

Descrição da Ilha dos Amores e dos favores das ninfas. Há uma descrição do universo e a exaltação dos feitos portugueses. Regresso a Lisboa.


-Epílogo: é o final do poema, abrangendo as estrofes 145 a 156 do Canto X. O Epílogo inicia-se com uma das mais belas e angustiadas estrofes de todo o poema, na qual o poeta mostra-se triste, abatido, desiludido com a Pátria, que não merece mais ser cantada:

Estrofe 145

“No’mais, Musa, no’mais, que a lira tem
Destemperada e a voz enrouquecida,
E não do canto, mas de ver que venho
Cantar a gente surda e endurecida.
O favor com que mais se acende o engenho,
Não no dá a Pátria, não, que está metida
No gosto da cobiça e na rudeza
Duma austera, apagada e vil tristeza.”

VIVIANE RODRIGUES RIBEIRO

Crônica
Atividade Avaliativa

Parte 1

No trecho do capítulo XXXI da crônica del-Rei, de Fernão Lopes, no qual é narrada a morte dos assassinos de Inês de Castro, somos informados que enquanto os dois homens eram assassinados D. Pedro estava comendo, comprovamos esse fato no seguinte trecho: “...e todo feito ante os paaços onde el pousavava, de guisa que comendo oolhava quanto mandava fazer”.
Nessa crônica podemos observar a fidelidade de Fernão Lopes quanto à veracidade dos fatos, tudo contado de forma bem detalhada, a ponto de podermos visualizar a cena narrada.
No decorrer do trecho encontramos “Coelho” e “coelho”, sendo o substantivo próprio o sobrenome de Pero, um dos homens que foram assassinados. Já o substantivo comum está relacionado a um animal.
Ao final do texto é nos apresentado uma crítica de Fernão Lopes, na qual estou de acordo, pois naquela época os superiores deveriam se portar de maneira mais humana, sendo exemplo para as demais pessoas.

Parte 2

Na primeira cantiga de Castelo Branco utiliza de rimas ricas, sendo estas realizadas entre palavras de classes diferentes, provocando então ao texto ritmicidade e metrificação. Todos os versos são compostos por 7 sílabas poéticas, redondilha maior:
Se/nho/ra,/ par/tem tam/ tri/tes
meus/ o/lhos/ por/vós,/ meu /bem,/
que/ nun/ca /tam/ tris/tes/ vis/tes
ou/tros /ne/nhuns /por /nin/guém./

Trata-se de uma cantiga de amor, pois o eu-lírico é masculino e a mulher é idealizada.
Durante a construção o substantivo “olhos” é utilizado como a representação do sofrimento oculto do eu-lírico. O poeta fica frustrado pelo fato do saudosismo, do amor, da lembrança da amada. O sofrimento pela impossibilidade amorosa.
Francisco de Souza, em seu poema, relata que mesmo tendo língua na qual poderia se utilizada para ele falar tudo o que sente, e por tanto “condená-lo”, esta não faz nada e o deixa mudo, sem coragem para se revelar.





Parte 3

Na construção de Gil Vicente são apresentadas duas figuras dissimuladas, sento a primeira “Todo Mundo” e a segunda “Ninguém”. A figura de “Todo o mundo” representa a ganância, a constante busca de toda a humanidade. Já “Ninguém” representa coisas simples e que favorecem a alma, no entanto é justamente aquilo que as pessoas não procuram.
São nos diálogos de Berzebu e Dinato que notamos a ambiguidade, é como se fossem seres superiores, ou até divinos, observando os acontecimentos do mundo. Essas duas figuras são passivas, apenas observam e fazem pequenos comentários acerca dos personagens principais, a intenção de Gil Vicente era apenas destacar o duplo sentido quanto aos nomes destes.
Os textos apresentam alguns aspectos formais convenientes a serem destacados. O primeiro é por estar na forma dramática, dando a entende o conflito entre “Todo Mundo” e “Ninguém”. O segundo é por começar o texto dizendo que esses eram dois homens, portanto a imagem de toda a humanidade foi resumida em duas pessoas.
Muito tem a ver com o nosso dia a dia esse poema, pois as pessoas se preocupam tanto em crescerem e conseguirem dinheiro que acabam passando por cima de princípios éticos que deveriam vir em primeiro lugar.

Parte 3

“Se outros porventura em esta crônica buscam formosura e novidade de palavras, e não a certeza das histórias, desprazer-lhe-á nosso razoado...
Que lugar nos ficaria para a formosura e novidade de palavras, pois todo nosso cuidado em isto desprendido não basta para ordenar a nua verdade?”

Estas palavras foram ditas por Fernão Lopes, pois faz parte das suas produções literárias a veracidade, tendo compromisso com a verdade histórica.

“O tipo mais insistentemente observado e satirizado é o clérigo, e especialmente o frade. Trata-se de fato de uma classe numerosíssima, presente em todos os setores da sociedade portuguesa, na corte e no povo, na cidade e na aldeia.”

Refere-se a Gil Vicente, pois este em seus autos satirizava o conflito em que o homem vive,a escolha do céu e do inferno. Além do frade, que é considerada uma figura importante para essa crítica ao clero tem-se também a baixa nobreza. Ambas as personagens que deveriam ser exemplo, distorcem essa realidade pela ambição sendo julgadas a irem para a barca do inferno.

“S’/o/be/de/ce/ra a /ra/zam
e/ re/sis/ti/ra a/ von/ta/de,
eu/ vi/ve/ra em/ li/ber/dade
e/ nam/ ti/ve/ra/ pai/xam/.

Todos os versos contem sete sílabas métricas (redondilha maior), e as rimas são interpoladas, já que rimas as palavras do primeiro e do último verso.
Encontramos na estrofe a palavra vontade, que é o mesmo que “desejo”.

Seu teatro caracteriza-se, antes de tudo, por ser primitivo, rudimentar e popular, muito embora tenha surgido e tenha se desenvolvido no ambiente da Corte, para servir de entretenimento nos animados serões oferecidos pelo Rei. Entre suas obras destacam-se Monólogo do Vaqueiro, Floresta de Enganos, O Velho da Horta, Quem tem farelos?

As características acima pertencem a Gil Vicente.

Conquanto fizesse uma profissão de fé profissional no prólogo à Crônica del - Rei D. João, afirmando não reservar para o seu labor historiográfico um lugar para a ‘fremosura e afeitamento das palavras’, a preocupação estética é evidente...

Esse texto refere-se a Fernão Lopes.


Encontramos no texto de Gil Vicente figuras alegóricas, pois são personagens inexistentes. Esse texto faz várias afirmações, uma delas é que Todo Mundo é mentiroso.
Gil Vicente é um compositor sacro e satírico, pois retratam questões religiosas e também faz críticas à várias questões.
Várias são as características de Gil Vicente, a que se segue se trata de uma afirmativa falsa: Por viver em pleno Renascimento, apega-se aos valores greco-romanos, desprezando os princípios da Idade Média.

Na farsa de Inês Pereira, Gil Vicente denuncia as revoltas da jovem confinada aos serviços domésticos, o que confere atualidade á obra.
Uma das características desse autor é a preocupação com o homem e com a religião .

É correto afirmar: I – Pode ser colocada como representante do teatro de costumes vicentinos
II – Encaixa-se na tradição da farsa medieval sobre adultério feminino desenvolvida por Gil Vicente.

Anjo
Alma humana formada
De nenhuma cousa, feita
Mui preciosa,
De corrupção separada,
E esmaltada
Naquella frágoa perfeita
Gloriosa;
Planta neste valle posta
Pera dar celestes flores
Olorosas,
E pera serdes tresposta
Em a alta costa
Onde se crião primores
Mais que rosas;
Planta sois e caminheira,
Que ainda que estais, vos is
Donde viestes.
Vossa pátria verdadeira
He ser verdadeira
Da glória que conseguis:
Andae prestes”.
O trecho acima se trata de uma produção medieval de Gil Vicente.

“Coração, já repousavas,
já não tinhas sojeição,
já vivias, já folgavas;
pois por que te sojugavas
outra vez, meu coração?

Sofre, pois te não sofreste
na vida que já vivias;
sofre, pois te tu perdeste
como t’outra vez perdias!

Sofre, pois já livre estavas
e quiseste sojeição;
sofre, pois te não lembravas
das dores de qu’escapavas;
sofre, sofre coração!”

Esse trecho pertence ao Cancioneiro Geral de Garcia Resende.

A Narração realista e dinâmica, que quase nos faz visualizar os acontecimentos é a característica que melhor se assimila ao trecho da crônica de D. João I.
É incorreto informa sobre a obra de Gil Vicente: E Aprofunda-se nos valores clássicos, seguindo rigidamente os padrões do teatro grego.

GRACIANE E. GOMES MUNIZ

Crônica


Atividade Avaliativa


01) D. Pedro estava comendo enquanto os dois homens eram assassinados
trecho:
“...e todo feito ante os paaços onde el pousavava, de guisa que comendo oolhava quanto mandava fazer”.

02)Percebe-se que a crônica demonstra a lealdade de Fernão Lopes quanto à verdade dos fatos, por meio de uma história senhorial.

03) O primeiro “Coelho” representa o sobrenome de Pero.Já o segundo “coelho”, caracteriza-se como um substantivo que seria um animal.

04) Sim, pois os reis achavam que poderiam fazer tudo o que lhes viesse na cabeça desrespeitando as normas.

A propósito dos textos

01) A métrica é a heptassilabica, com sete sílabas poéticas.

02) Trata-se de uma canção de amor, pois mostra a predominância da voz masculina, que sofre a perda da mulher amada.

03)Os olhos representam um elemento que esconde o sofrimento por parte do eu - lírico. Mostra também que é através dos olhos que se pode perceber a verdade e o amor.

04) É a língua que condena o ser humano, mostrando dessa forma que seria melhor se o ser fosse mudo.

Exercícios e Testes

01)Todo Mundo representa o lado mais obscuro das pessoas,onde se tem a busca pelas coisas materiais, dinheiro, poder. Enquanto que Ninguém representa um ser em que se tem a busca pelas coisas divinas, libertando-se das coisas do mundo.

02) As falas de Berzebu, podem ser analisadas como responsáveis na observação dos interesses humanos, existindo após um julgamento entre o bem e o mal, o divino e o profano.

03) Berzebu e Dinato podem ser caracterizados como observantes, para que possa haver a condenação. Berzebu e Dinato observam e escrevem sobre ninguém e todo o mundo, são ativos,pois mostram a realidade humana através da ficção do teatro.

04) Os aspectos formais presentes o texto são os termos “Todo o mundo e Ninguém”, que nos faz refletir sobre a condição do homem na terra nos demonstrando os conflitos interiores de cada um.

05) Sim, porque as pessoas tendem a buscar mais os bens materiais e se esquecem do que realmente vale a pena, que é ter uma consciência tranqüila.

Exercícios e testes

01) O autor é Fernão Lopes, podemos perceber a veracidade dos fatos tendo compromisso com a verdade histórica.

02) Trata-se de Gil Vicente. Ele satiriza o sapateiro.

03) a) A métrica é a redondilha maior.
“S’o-be-de-ce-ra a- ra-Zam
e- re-sis-ti-ra a- von-Ta
eu- vi-vera –em- li-ber-Da
e-nam- ti-ve-ra- pai-Xam

b) Rimas interpoladas.

c) Desejo.

d) É abordado na poesia a questão da razão e da vontade dentro do relacionamento amoroso que está presente na poesia.

04) “C” Gil Vicente

05) “B” Fernão Lopes

06) “B” Alegóricos

07) “E” Todo o mundo é mentiroso

08) “A” Compositor sacro e satírico.

09) “C” Por viver em pleno renascimento, apega-se aos valores Greco- romanos, desprezando os princípios da Idade Média.

10) “E” Aponta, quando Lianor narra as ações do clérigo, uma solução religiosa para a decadência moral de seu tempo.

11) “D” A preocupação com o homem e a religião.

12) “C” Apenas I e II estão corretas.

13) “A” Teatro Medieval – Gil Vicente

14) “E” Cancioneiro geral de Garcia de Resende

15) “C” Utilização de uma linguagem elevada, de acordo com a reprodução dos fatos históricos..

16) “E” Aprofunda-se nos valores clássicos, seguindo rigidamente os padrões do teatro grego.

DANIELA RODRIGUES DE OLIVEIRA

EXERCÍCIO - a propósito da Crônica - texto/Respostas

1.Enquanto os dois homens eram assassinados o el-Rei, comia.Essa passagem se encontra no texto com a seguinte narrativa: “...e todo feito ante os paaços onde el pousavava, de guisa que comendo oolhava quanto mandava fazer”.


2.Uma característica marcante de Fernão Dias no texto é a denúncia, a busca pela verdade.Ele faz uma leitura psicológica do el-Rei , relata os acontecimentos e no final critica a atitude ,numa forma de mostrar sua aversão aos fatos.

3.Coelho (subst. prop.): sobrenome de um dos assassinados.
coelho (subst. com.): animal, referindo ao assassinado.

4. Sim. Fernão Dias queria denunciar a hipocrisia que existia e conseguia fazer isso muito bem através de seus textos.

2º Exercício à propósito dos textos/Respostas

1. Texto I: redondilha maior
Texto II: redondilha menor

2. A cantiga I aproxima-se mais da cantiga de amor. O eu-lírico masculino que aparece no texto idealizando a amada tem uma marca maior, apesar de aparecer também o saudosismo que é uma característica das cantigas de amigo.



3. Os olhos nesses textos têm o papel de mostrar ao leitor o único acesso que o poeta, com o seu eu-lírico tem à amada. O sofrimento amoroso é recompensado por esse acesso.

4. A expressão “língua que me condenasse” nos faz compreender que se a confissão desse amor fosse comcretizada consequentemente receberia punição.

KATIA ALMEIDA SILVA MEIRELES

Segunda época do Medievo: Crônica de Fernão Lopes no Humanismo Português

Exercício I

1) O el-Rei encontrava-se alimentando como mostra no trecho “.. e todo os paaços onde el pousava, de guisa que comendo olhava quando mandava fazer.”

2) Uma característica dos escrito de Fernão Lopes a linguagem simples e clara, mesmo utilizando um português arcaico e sua consciência da historia.

3) O coelho como substantivo faz referência ao sobrenome do assassino, já o substantivo comum coelho a forma como o homem foi tratado.

4) Sim. Fernão Lopes critica os reis que comportam de forma incoerente com a posição social que ocupam e com as expectativas das pessoas depositavam neles.

Exercício II

1) Texto I: redondilha maior
Texto II: redondinha menor


2) A cantiga I é de amor pela presença da saudade da amada.

3) As duas canções fazem referência aos olhos do homem apaixonado. Amor platônico, já que não pode concretizar esse amor, pode vislumbrá-lo com os olhos.
4) O verso “língua que me condenasse” confessa um falar proibido do amor não denunciado ao público.
Exercício III

1) Os nomes dos personagens Ninguém e Todo Mundo passam pelo processo de ambiguidade. Mostrando que Todo Mundo representa todos os que vivem de acordo com a maioria, já Ninguém representa as pessoas q não conseguem quebrar.

2) O personagem é o responsável por ordenar o que deveria ser dito.

3) Berzebú é um pouco mais ativo do que Dinato. Gil Vicente utiliza de crítica para construir o texto.

4) Coelho se refere a um animal, personagens sendo ele Pero Coelho.

5) Sim. Porque as pessoas buscam conquistar dinheiro, mesmo que a sua consciência não seja consultada, pois o que fala é a busca pelo o que deseja a todo custo.

Exercício e testes

1) Fernão Lopes. Pois faz parte de seu estilo literário, denunciando a verdade.

2) Gil Vicente. Outros personagens satirizados eram pessoas do clero, da nobreza, como os fidalgos, e o do povo.

3) a) Redondinha maior.

b) Interpoladas ABBA.

c) Desejar, querer.

d) A cantiga traz um conflito entre a razão e a emoção

5) C
6) B
7) B
8) E
9) C
10) C
11) D
12) A
13) A
14) E
15) E
16) E

sábado, 7 de maio de 2011

JOSIANE FERREIRA COSTA

Crônica / Fernão Lopes

RESPOSTAS DOS EXERCICIOS

1-O rei pediu que lhe trouxessem cebola e vinagre.Isso demonstra a atitude alienada do rei.

2-Uma das características de Fernão Lopes é o compromisso com a verdade histórica,e isso o leva a uma severa investigação dos fatos.

3-Os reis falam uma coisa e fazem outra.

Exerccio2

1-Redondilha maior.

2-Se aproxima mais das cantigas de amor pois a voz lírica é masculina e a mulher é chama de “senhora”revelando a submissão do homem a ela.

3-Nos textos apresentados os olhos representam o sofrimento e ate mesmo o próprio amor.É com os olhos que se vê o sofrimento a solidão e que se descobre o sentimento.

Os olhos com que vos olhasse,
Coração que consentisse.

4-É com a língua que se confessa(declara)o amor comprometendo assim seu coração com ela tornando-se servo do seu amor.

Exercício3

1-Cada pessoa ocupa um espaço”todo mundo”,E “ninguém”não existe.

2-Berzebu,estimula enquanto Dinato tenta aplacar as idéias.

3-Berzebu é aquele que tenta provocar.

4-As pessoas se preocupam mais em mentir.

5-Não existe mais pessoas buscando a consciência ma sim o dinheiro.

Exercício4


1-Camões,a preocupação em dizer a verdade.

2-Gil Vicente,toda a sociedade da época.

3-
a)Sete silabas em cada verso.

b)Interpoladas

c)Desejo

4-c

5-b

6-b

7-a

8-a

9-c

10-c

11-d

12-c

13-a

14-e

15-b

MILCA ARAÚJO CAMPOS

Segunda época do Medievo: Humanismo Português

Exercício I

1) O el-Rei assistia o assassinato isto se confirma no trecho “.. e todo os paaços onde el pousava, de guisa que comendo olhava quando mandava fazer.”

2) Uma característica dos escrito de Fernão Lopes está presente neste texto é a não visão regiocêntrica, o que permite o autor expor a crueldade de D. Pedro I.

3) No auto fica expresso o formalismo. Além da característica de auto, texto voltado pra apresentação teatral, o nome os personagens colocados na frente da sua fala.

4) Sim. Fernão Lopes critica os reis que agem de maneira contraria as verdades que impõe. De fato, a crueldade não é uma dos princípios a ser seguidos por reis, como o de Portugal ligado à fé cristã, este que representava o divino deveriam ser integro em suas ações.

Exercício II

1) Texto I: redondilha maior
Texto II: redondinha menor


2) A cantiga I é de amor por ter o eu-lírico masculino que idealiza a amada, no entanto o saudosismo presente nesta cantiga é uma característica das cantigas de amigo.

3) As duas canções fazem referência aos olhos do homem apaixonado. Eles representam à única via pela qual o eu–lírico tem acesso à amada, já que esta é inatingível não podendo ser tocada ou ouvida.
4) Como as cantigas de amor tratam de um amor inatingível devido a questões sociais como posições social (a donzela pertence à nobreza) ou estado civil (donzela é casada). O eu-lírico da cantiga II usa a expressão “língua que me condenasse” porque a confissão de amor socialmente proibido seria seguida de punição.
Exercício III

1) Os nomes dos personagens Ninguém e Todo Mundo passam pelo processo de ambiguidade ganhando outros sentidos. Todo Mundo representa todos os humanos, enquanto Ninguém é nenhuma pessoa.

2) O personagem responsável por ocasionar ambiguidade com os nomes Todo Mundo e Ninguém é Berzerbu. Veja uma de suas falas:

“ Berzebu – Que Ninguém busca consciência e Todo Mundo dinheiro.”

3) Berzebu e Dinato não participam ativamente do diálogo principal, mas é através da suas falas que Gil Vicente construiu a crítica moralizante do texto.

4) Coelho se refere a um dos personagens sendo ele Pero Coelho, enquanto coelho é um animal.

5) Sim. Esta fala retrata a ambição humana de possuir bens e a busca pela consciência que é ditada por princípios da religião. Por isso, Berzebu diz que Ninguém quer consciência, pois esta é conquistada com esforço e por fatores religiosos, enquanto a corrida pelo dinheiro é algo natural do homem.

Exercício e testes

1) Fernão Lopes. No texto acima pode se inferir como estilo do autor a busca pela veracidade dos fatos, o compromisso com a verdade histórica.

2) Gil Vicente. Além dos membros do clero este autor também satirizava as pessoas da nobreza, como os fidalgos, e o do povo.

3) a) Redondinha maior.

b) Interpoladas ABBA.

c) Desejo.

d) A cantiga traz um conflito do eu-lírico apaixonado que tenta manter a razão e controlar a sua emoção. Esta oposição entre a razão e o sentimental, o que o homem deseja e o que ele deve fazer segundo as ordens sociais, caracteriza a poesia amorosa dos séculos que seguem ao desta cantiga.

5) C Gil Vicente.
6) B Fernão Lopes.
7) B Alegóricos.
8) E Todo o mundo é mentiroso.
9) C Por viver em pleno Renascimento, apega-se aos valores greco-romanos, desprezando os princípios da Idade Média.
10) C Denuncia a revolta da jovem confinada aos serviços domésticos, o que confere atualidade.
11) D A preocupação com o homem e com a religião.
12) A Todas estão corretas.
13) A Teatro medieval - Gil Vicente.
14) E Cancioneiro geral de Garcia de Rezende.
15) E Exaltação do feito heróico do Mestre ao matar o inimigo do Reino.
16) E Aprofunda-se nos valores clássicos, seguindo rigidamente os padrões do teatro grego.

AMANDA CRISTINE OLIVEIRA NASCIMENTO

Crônica

Atividade Avaliativa

Parte 1

01) Na crônica de Fernão Lopes, enquanto os dois homens eram assassinados D. Pedro estava comendo, comprovamos esse fato no seguinte trecho: “...e todo feito ante os paaços onde el pousavava, de guisa que comendo oolhava quanto mandava fazer”.

02) A crônica comprova a fidelidade de Fernão Lopes quanto à veracidade dos fatos, através de uma história senhorial.

03) O substantivo próprio “Coelho” representa o sobrenome de Pero, um dos homens que foram assassinados, portanto a obrigatoriedade da letra maiúscula. Já a palavra “coelho”, é um substantivo comum, que segundo o dicionário significa um animal.

04) Podemos sim concordar com a crítica feita por Fernão Lopes aos reis na crônica, pois naquela época os superiores deveriam ser motivo de exemplo a população, devido assumirem um posto na qual são responsáveis pela ordem da sociedade.

Parte 2

01)Castelo Branco ao escrever a cantiga um, utiliza-se de rimas ricas, pois ocorrem entre palavras de classes gramaticais diferentes e alternadas, quando rimam os versos pares com os pares, os ímpares com os ímpares, provocando então ao texto ritmicidade e metrificação.

02) A cantiga aproxima-se mais das cantigas de amor, pois reflete uma vassalagem amorosa, o eu-lírico é masculino, na qual o trovador lamenta pela perda e sofre pela impossibilidade de realização amorosa.

03) O substantivo “olhos”, utilizado pelos dois trovadores nas cantigas é representado como um elemento que por trás esconde todo um sofrimento por parte do eu - lírico. O poeta fica frustrado pelo fato do saudosismo, do amor, da lembrança da amada. O sofrimento pela impossibilidade amorosa.

04) O verso da cantiga Francisco de Sousa, “língua que me condenasse”, remete ao fato de o trovador não conseguir esconder através das cantigas o amor pela amada, utilizando-se delas para as composições como desabafo e declarações de amor.

Parte 3

01)A figura de “Todo o mundo” representa a ambição, a busca pelas coisas profanas pelo homem. Já “Ninguém”, faz alusão ao sagrado, á busca pelas coisas divinas, o que é raro para o homem, por isso, o conflito existente.

02) As falas do personagem “Berzebu”, podem ser consideradas como aquelas responsáveis em observar os interesses humanos, havendo após um julgamento entre o bem e o mal, o divino e o profano.

03) As personagens de “Berzebu” e “Dinato” caracterizam-se como observadores, para haver a condenação. São ativos pelo fato de eles estarem atentos aos interesses dos humanos em terra, para a separação entre o bem e mal, ou seja, a que Gil Vicente pretendia.

04) Os aspectos formais presentes o texto são os termos “Todo o mundo e Ninguém”, pois nos faz fazer uma reflexão acerca da condição do homem na terra, demonstrando esse conflito interior.

05) Sim, pois são condições presentes no homem, poucos são os que escolhem o que é sacro e muitos são os que procuram os prazeres do mundo.

Parte 3

01) Estas palavras foram ditas por Fernão Lopes, pois faz parte das suas produções literárias a veracidade, tendo compromisso com a verdade histórica.

02) Refere-se a Gil Vicente, pois este em seus autos satirizava o conflito em que o homem vive,a escolha do céu e do inferno. Além do frade, que é considerada uma figura importante para essa crítica ao clero tem-se também a baixa nobreza. Ambas as personagens que deveriam ser exemplo, distorcem essa realidade pela ambição sendo julgadas a irem para a barca do inferno.

03) a) A métrica usada é a redondilha maior.
b) As rimas são interpoladas.
c) Desejo de algo.
d) É abordado na poesia a sensualidade, responsável em gerar conflito entre a razão e a emoção.

04) C Gil Vicente
05) B Fernão Lopes
06) B Alegóricos
07) E Todo o mundo é mentiroso
08) A Compositor sacro e satírico.
09) C Por viver em pleno renascimento, apega-se aos valores greco- romanos, desprezando os princípios da Idade Média.
10) C Denuncia as revoltas da jovem confinada aos serviços domésticos, o que confere atualidade á obra.
11) D A preocupação com o homem e a religião.
12) C Apenas I e II estão corretas.
13) A Teatro Medieval – Gil Vicente
14) E Cancioneiro geral de Garcia de Resende
15) A Narração realista e dinâmica, que quase nos faz visualizar os acontecimentos.
16) E Aprofunda-se nos valores clássicos, seguindo rigidamente os padrões do teatro grego.

Bruna Lopes Godinho

Crônica

1. O que fazia el-Rei enquanto os dois homens eram assassinados? Justifique sua resposta com uma passagem do texto.
El-Rei comia enquanto via os assassinos serem mortos. Confira no seguinte trecho:
“... ca mandou tirar o coraçom pelos peitos a Pero Coelho, e Alvaro Gonçalvez pelas espadoas; e quaaes palavras ouve, e aquel que lho tirava que tal oficio avia pouco em costuma, seeria bem doorida cousa douvir;enfim mandoulhos queimar; e todo feito ante os paaços onde el pousavava, de guisa que comendo oolhava quanto mandava fazer...”

2. Cite e comente uma característica de Fernão Lopes presente no texto.
Fernão Lopes é um artista realista que arranca as mascaras e os mantos enganadores para mostrar o real, o verdadeiro.

3. Observe que no texto aparecem as palavras Coelho (substantivo próprio) e coelho (substantivo comum). Explique o significado de cada uma.
Quando sita coelho com substantivo próprio o autor faz referencia ao sobrenome do assassino, já o substantivo comum coelho o autor usa para mostrar como o homem foi tratado como um bicho que iria ser morto e comido.

4. Você concorda com a crítica que Fernão Lopes faz aos reis nas últimas linhas do texto? Por quê?
Sim, pois o autor nos mostra as verdadeiras faces das realezas e suas mentiras fazendo-nos assim perceber o que é verdadeiro e o que é enganador.
A propósito dos textos

1. Os dois textos apresentados caracterizam-se por uma melodia bem própria aos temas tratados. Os poetas (notadamente o autor do texto 1) trabalham o ritmo das palavras, a rima, a métrica. Faça a contagem de sílabas poéticas dos primeiros versos de cada texto. Qual a métrica utilizada?
A métrica utilizada pelo autor é heptassilabica, ou seja, sete silabas poéticas.

2. Você diria que o texto 1, por sua temática, aproxima-se mais das cantigas de amigo ou das de amor? Justifique.
Analisando a canção podemos perceber que se trata de uma canção de amor pois nos mostra claramente a predominância da voz masculina que sofre por partir e deixar a amada.

3. Nas cantigas do Cancioneiro geral há uma constante que chama a atenção do leitor: os olhos do home apaixonado. Nos dois textos apresentados, qual o significado dos “olhos”, o que eles representam qual o papel desempenhado pelos “olhos” em relação ao sofrimento amoroso?
Os olhos representam o sofrimento e a saudade do homem em relação a amada e em relação ao sofrimento amoroso eles representam a lembrança que se leva a saudade ao lembrar a imagem da amada.

4. Explique o verso “língua que me condenasse” dentro do contexto da cantiga de Francisco de Sousa (texto2).
O verso vem nos mostrar que a língua condena o homem, sendo assim é melhor o homem ser mudo do que falar algo que o condene.

EXERCÍCIO: a propósito do texto

1. Comente as figuras de Todo o Mundo e Ninguém, caracterizando-as.
Todo mundo é um personagem ambicioso, mentiroso, que de tudo que é mau se quer. Ninguém é um personagem humilde, verdadeiro e que busca o melhor e faz o que é bom.

2. Comente as falas de Berzebu. O que elas representam?
Berzebu usa suas falas para nos mostrar os dois lados o bom e o ruim.

3. Qual a postura de Berzebu e de Dinato? São passivos ou ativos? O que pretende Gil Vicente com isso?
Berzebu e Dinato observam e escrevem sobre ninguém e todo o mundo, são ativos tem um ponto de vista. Mostrar a realidade humana através da ficção do teatro que acaba sendo real.

4. Destaque dois aspectos formais do texto e comente-os.
“...todo mundo quer o paraíso e ninguém paga o que deve...” Para obter um lugar no paraíso é preciso fazer algumas coisas simples que ao fazê-las ganharemos o paraíso.

5. Você concorda com a fala de Berzebu: “Que Ninguém busca consciência e Todo o Mundo dinheiro”? Por quê?
Sim concordo, porque as pessoas estão numa busca incansável pelos bens materiais e esquecem do que é mais relevante que é estar bem e com consciência daquilo que se faz.


Exercícios e testes

1. “Se outros porventura em esta crônica buscam formosura e novidade de palavras, e não a certeza das histórias, desprazer-lhe-á nosso razoado...
Que lugar nos ficaria para a formosura e novidade de palavras, pois todo nosso cuidado em isto desprendido não basta para ordenar a nua verdade?”
Qual o autor das palavras acima? Que característica de sua obra podemos inferir do texto apresentado?
O autor do trecho é Fernão Lopes, podemos observar o compromisso com a verdade, o mostrar aquilo que se tem com clareza que é característica marcante da sua obra.

2. “O tipo mais insistentemente observado e satirizado é o clérigo, e especialmente o frade. Trata-se de fato de uma classe numerosíssima, presente em todos os setores da sociedade portuguesa, na corte e no povo, na cidade e na aldeia.”
O texto crítico refere-se a qual autor? Além do frade, cite outro tipo humano satirizado pelo autor em questão.
Trata-se do autor Gil Vicente. Ele satiriza também o sapateiro, o judeu, parvo alcoviteira, corregedor etc.

3. Cantiga
“S’obedecera a razam
e resistira a vontade,
eu vivera em liberdade
e nam tivera paixam.

Mas, quando já quis olhar
s’em algum erro caíra,
achei ser tudo mentira,
s’a isto chamam errar:
que, seguir sempre razam
e nam mil vezes vontade,
é negar sensualidade,
cujo é o caraçam.”
(Duarte de Resende)
(razam = razão; nam = não; paixam = paixão; coraçam = coração)

a) Faça a contagem das sílabas poéticas da primeira estrofe.
“S’o-be-de-ce-ra a- ra-Zam
e- re-sis-ti-ra a- von-Ta
eu- vi-vera –em- li-ber-Da
e-nam- ti-ve-ra- pai-Xam
O autor usa sete silabas poéticas, versos heptassilábicos.

b) Qual o esquema de rima utilizado pelo poeta?
O poeta usa rimas interpoladas.

c) Dê um sinônimo de vontade.
Desejo.

d) No texto, o poeta coloca uma oposição fundamental que vai caracterizar a poesia amorosa dos séculos seguintes. Comente-a.
No texto o autor coloca a questão da razão e da vontade dentro do relacionamento amoroso presente na poesia, fala através desses dois sentimentos que são responsáveis pelos casos e descasos em uma relação.

4.Seu teatro caracteriza-se, antes de tudo, por ser primitivo, rudimentar e popular, muito embora tenha surgido e tenha se desenvolvido no ambiente da Corte, para servir de entretenimento nos animados serões oferecidos pelo Rei. Entre suas obras destacam-se Monólogo do Vaqueiro, Floresta de Enganos, O Velho da Horta, Quem tem farelos?. Trata-se de:

c) Gil Vicente

5. Conquanto fizesse uma profissão de fé profissional no prólogo à Crônica del - Rei D. João, afirmando não reservar para o seu labor historiográfico um lugar para a ‘fremosura e afeitamento das palavras’, a preocupação estética é evidente...” O texto refere -se a:

b) Fernão Lopes


Texto para as questões 6 e 7:
“Todo o mundo: - Folgo muito d’enganar
e mentir nasceu comigo.
Ninguém: - Eu sempre verdade digo.
Sem nunca me desviar.
(Berzebu para Dinato)
Berzebu: - Ora, escreve lá, compadre,
Não sejas tu preguiçoso!
Dinato: - Quê?
Berzebu: - Que Todo o Mundo é mentiroso.
E Ninguém diz a verdade.
(Auto da Lusitânia – Gil Vicente)


6 -No texto, Todo o Mundo e Ninguém constituem tipos:
b)alegorico


7 -O texto afirma que:

e) Todo o Mundo é mentiroso.

8 - Aponte a alternativa correta em relação a Gil Vicente:
a) Compositor de caráter sacro e satírico

9 - Assinale a alternativa em que se encontra uma afirmação incorreta sobre a obra de Gil Vicente
c) Por viver em pleno Renascimento, apega-se aos valores greco-romanos, desprezando os princípios da Idade Média.


10. Na Farsa de Inês Pereira, Gil Vicente:

e) aponta, quando Lianor narra as ações do clérigo, uma solução religiosa para a decadência moral de seu tempo.

11. Caracteriza o teatro de Gil Vicente:

e) a busca dos conceitos universais

12. Leia as três afirmações abaixo a respeito da Farsa de Inês Pereira.

I – Pode ser colocada como representante do teatro de costumes vicentinos
II – Encaixa-se na tradição da farsa medieval sobre adultério feminino desenvolvida por Gil Vicente.
III – Inês Pereira é uma moça que vive na vila e pretende subir de condição

e) Apenas II e III estão corretas.

13. Vem o Anjo Custódio com a Alma e diz:

Anjo
Alma humana formada
De nenhuma cousa, feita
Mui preciosa,
De corrupção separada,
E esmaltada
Naquella frágoa perfeita
Gloriosa;
Planta neste valle posta
Pera dar celestes flores
Olorosas,
E pera serdes tresposta
Em a alta costa
Onde se crião primores
Mais que rosas;
Planta sois e caminheira,
Que ainda que estais, vos is
Donde viestes.
Vossa pátria verdadeira
He ser verdadeira
Da glória que conseguis:
Andae prestes”.

O texto acima transcrito pertence ao autor teatral de maior destaque na literatura portuguesa. Pelo próprio texto se pode identificar a época em que foi escrito. Assim, assinale, em uma das alternativas, a relação época-autor a que o texto pertence:

a) teatro medieval – Gil Vicente


14. Leia o poema:
“Coração, já repousavas,
já não tinhas sojeição,
já vivias, já folgavas;
pois por que te sojugavas
outra vez, meu coração?

Sofre, pois te não sofreste
na vida que já vivias;
sofre, pois te tu perdeste
como t’outra vez perdias!

Sofre, pois já livre estavas
e quiseste sojeição;
sofre, pois te não lembravas
das dores de qu’escapavas;
sofre, sofre coração!”

A literatura portuguesa é fértil em obras onde se reúnem composições poéticas de diversos autores, obras a que normalmente se dá o nome geral de cancioneiros. E é através deles que se pode ter uma idéia exata da evolução da poesia nos primeiros quatro séculos de literatura peninsular, nomeadamente da passagem da poesia trovadoresca, com seus cenários simples e seu universo rural, para a poesia palaciana, que nos mostra jogos verbais e conceptuais mais elaborados.
A composição acima transcrita é de um cancioneiro famoso, publicado em 1516.
Assinale nas alternativas abaixo indicadas, o cancioneiro a que pertence a:

e) Cancioneiro geral de Garcia de Resende

15. Atente-se para o texto:
“Então se despediu da Rainha, e tomou o Conde pela mão, e saíram ambos da câmara a uma grande casa que era diante, e os do Mestre todos com ele, e Rui Pereira e Lourenço Martins mais acerca. E chegando-se para o Mestre com o Conde acerca duma fresta, sentiram os seus que o Mestre lhe começava a falar passo, e estiveram todos quedos. E as palavras foram entre eles tão poucas, e tão baixo ditas, que nenhum por então entendeu quejandas eram. Porém afirmam que foram desta guisa:
- Conde, eu me maravilho muito de vós serdes homem a que eu bem queria, e trabalhardes-vos de minha desonra e morte!
- Eu, Senhor? disse ele. Quem vos tal cousa disse, men-tiu-vos mui grã mentira.
O Mestre, que mais tinha vontade de o matar, que de estar com ele em razões, tirou logo um cutelo comprido e envi-ou-lhe um golpe à cabeça; porém não foi a ferida tamanha que dela morrera, se mais não houvera.
Os outros todos, que estavam de arredor, quando viram isto, lançaram logo as espadas fora, para lhe dar; e ele movendo para se acolher à câmara da Rainha, com aquela ferida; e Rui Pereira, que era mais acerca, meteu um estoque de armas por ele, de que logo caiu em terra morto.
Os outros quiseram-lhe dar mais feridas, e o Mestre disse que estivessem quedos, e nenhum foi ousado de lhe mais dar.”
O texto transcrito acima é de Fernão Lopes e pertence à Crônica de D. João I.
As crônicas de Fernão Lopes caracterizam-se por tentarem re-produzir a verdade histórica como se esta tivesse sido testemu-nhada. Por outro lado, é com Fernão Lopes que a língua portuguesa inicia o percurso da sua modernidade.
Nestes termos, assinale, nas alternativas abaixo indicadas, a que melhor caracteriza o trecho transcrito da Crônica de D. João I

c) Utilização de uma linguagem elevada, de acordo com a repro-dução dos fatos históricos.

16. (UM-SP) Assinale a alternativa incorreta a respeito da obra de Gil Vicente.

e) Aprofunda-se nos valores clássicos, seguindo rigidamente os padrões do teatro grego.