quinta-feira, 28 de abril de 2011

CAMÕES ÉPICO - OS LUSÍADAS

Publicado em 1572, Os lusíadas é considerado o maior poema épico da língua portuguesa. Não pelos 8.816 versos decassílabos distribuídos em 1.102 estrofes de oito versos cada, mas pelo seu valor poético.
Para uma melhor compreensão do poema, levantaremos a seguir alguns aspectos fundamentais da obra:
- Título- Camões foi buscar a palavra lusíadas numa epístola escrita por André de Resende, em 1531. A palavra significa ‘os lusitanos’ e, como afirma Hernâni Cidade, é um “nome que logo nos anuncia a história heróica de todo um povo. Os lusíadas são os próprios Lusos, em sua alma como em sua ação”.

- Herói- o herói de Os lusíadas não é Vasco da Gama, como se poderia pensar numa leitura superficial do poema, mas sim todo o povo português (do qual Vasco da Gama é digno representante). O próprio poeta afirma que vai cantar “as armas e os barões assinalados” que navegaram “por mares nunca dantes navegados”.
Ou seja, todo o povo lusitano navegador que enfrenta a morte pelos mares desconhecidos (lembre-se de que corriam várias lendas sobre o Mar Tenebroso).

“As epopéias são narrativas de fundo histórico em que se registram poeticamente as tradições e os ideais de um grupo étnico sob a forma de aventuras de um ou alguns heróis.”

(Antônio José Saraiva)


O herói de Os lusíadas

“Tem-se discutido se o herói d’ Os lusíadas era o povo português (‘ o peito ilustre lusitano’) ou Vasco da Gama. As duas teses podem conciliar-se. Vasco da Gama é ao mesmo tempo uma personagem real e simbólica. O que ele fez basta para consagrar a sua fama, que é universal. Temos, porém, de verificar que o poeta resume nele toda a glória dos descobridores que o precederam e lhe sucederam.”

(LE GENTIL, Georges. Camões. Lisboa, Portugália, 1969.p.57.)

-Tema- o poeta deixa expresso o tema da epopéia nas duas primeiras estrofes: a glória do povo navegador português, que “entre gente remota edificaram/ Novo Reino que tanto sublimaram”, isto é, os navegadores que conquistaram as Índias e edificaram o Império Português do Oriente, bem como as memórias dos reis portugueses que tentaram ampliar o Império: “E também as memórias gloriosas/ Daqueles reis que foram dilatando/ A Fé, o Império...”. Portanto, Camões cantará as conquistas de Portugal, as glórias dos navegadores, os reis do passado; em outras palavras, a história de Portugal.

O tempo de Camões

“Mas na vastidão do império estava implícitas as causas da ruína. O pequeno reino português, nascido entre brados de guerra e fortalecido no meio do estrondo das armas, sabia conquistas; mas o mesmo pequeno reino, de recursos diminutos e pobre de gente, pela continuação da peleja, não pôde conservar as suas conquistas. As riquezas do além-mar, o ouro do novo mundo, tornaram-se a perdição da pátria. As virtudes cívicas do velho Luso não existiam às novas condições de vida. Todos queriam gozar e chegar rapidamente ao ócio que a fortuna proporciona. O arado e a enxada não bastavam para alcançar este fim; só os serviços ultramarinos, na frota e nas colônias. As grandes armadas exigiam um pessoal numeroso de marinheiros e de soldados. Naufrágios e guerras, os climas inóspitos, os cansaços das viagens, febres e pestes, a vida desregrada, dizimavam anualmente as legiões de imigrantes que saiam do Continente. Muitos deixavam-se estar nas terras estrangeiras, porque não tinham com que pagar a volta.
Assim foram escasseando pouco a pouco em Portugal os braços robustos. A indústria e o comércio definhavam; os campos jaziam incultos e maninhos. Portugal adoecera de anemia, resultante da sua grandeza colonial.”

(STORCK, Wilhelm. Vida e obras de Luís de Camões. Lisboa, 1897.p.86-7.)


- Estrutura- os dez cantos que formam o poema aparecem divididos em cinco partes, comuns a todas as epopéias clássicas:
- Proposição: é a apresentação do poema, com destaque para o tema e o herói. São as estrofes 1,2 e 3 do Canto I:

Estrofe 1

“As armas e os Barões assinalados
Que, da Ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca dantes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;”


Estrofe 2

“E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando,
E aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei da Morte libertando:
Cantando espalharei por toda parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.”

Estrofe 3

“Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandro e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Netuno e Marte obedeceram.
Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.”


-Invocação: o poeta pede inspiração as Tágides, ninfas do rio Tejo, para que lhe dêem um “engenho ardente” e “um som alto e sublimado, um estilo grandíloco”. A invocação inicial é feita nas estrofes 4 e 5 do Canto I.

-Dedicatória: o poema é dedicado a D. Sebastião, rei de Portugal à época da publicação do poema. A Dedicatória se estende da estrofe 6 à 18 do Canto I.

-Narração: é a longa parte narrativa na qual o poeta desenvolve o tema contando os episódios da viagem de Vasco da Gama e a história de Portugal. Estende-se da estrofe 19 do Canto I até a estrofe 144 do Canto 10, totalizando 1072 estrofes. A seguir, veremos rápidos resumos dos cantos para uma idéia da totalidade do poema.


Canto I

A narração se inicia com a frota portuguesa
em pleno oceano Índico- portanto, já no meio da viagem:

“Já no largo Oceano navegavam,
As inquietas ondas apartando;
Os ventos brandamente respiravam,
Das naus as velas côncavas inchando”

Surgem os primeiros obstáculos. O destino dos navegadores é decidido no Concílio dos deuses no Olimpo. Baco e Netuno estão contra os portugueses, Vênus e Marte estão a favor; Júpiter decide pela continuidade da viagem, atendendo aos pedidos de Vênus. A viagem prossegue até Mombaça.


Canto II

Narra a viagem de Mombaça a Melinde. Mais uma vez, Baco tenta destruir a frota portuguesa, que é salva pela interferência de Vênus. Ao chegar a Melinde, Vasco da Gama é recebido pelo rei, o qual lhe pede que conte a História de Portugal:

“-Mas antes, valeroso Capitão,
Nos conta (lhe dizia), diligente,
Da terra tua o clima e região
Do mundo onde morais, distintamente;
E assi de vossa antiga geração,
E o princípio do Reino tão potente,
Cos sucessos das guerras do começo,
Que, sem sabê-las, sei que são do preço.”

Canto III

Vasco da Gama inicia a narração da história de Portugal; Neste Canto, é contada a história da primeira dinastia portuguesa (desde a formação do Estado independente até a Revolução de Avis). Ao narrar o governo de D. Pedro, Camões escreve o mais belo episódio lírico do poema: o caso de Inês de Castro.


Estrofe 119

“Tu, só tu, puro amor, com força crua,
Que os corações humanos tanto obriga,
Deste causa à molesta morte sua,
Como se fora pérfida inimiga.
Se dizem, fero Amor, que a sede tua
Nem com lágrimas tristes se mitiga,
É porque queres áspero e tirano,
Tuas aras banhar em sangue humano.


Estrofe 120

Estavas, linda Inês, posta em sossego,
De teus anos colhendo doce fruito,
Naquele engano da alma, ledo e cego,
Que a Fortuna não deixa durar muito;
Nos saudosos campos do Mondego,
De teus fermosos olhos nunca enxuito,
Aos montes ensinando e às ervinhas
O nome que no peito escrito tinhas.”

Canto IV

Vasco narra ao rei de Melinda a história da segunda dinastia, período que vai desde a Revolução de Avis até a saída da frota de Gama, já no governo de D. Manuel. No final do Canto, quando a frota vai iniciar a viagem surge na praia do Restelo um velho que faz sérias críticas às navegações, mostrando que o povo, alheio aos lucros, é quem navega e morre; o rei e a burguesia lucram.


Estrofe 95

“Ó glória de mandar, ó vã cobiça
Desta vaidade a quem chamamos Fama!
Ó fraudulento gosto, que se atiça
C’uma aura popular, que honra se chama!
Que castigo tamanho e que justiça
Fazes no peito vão que muito te ama!
Que mortes, que perigos, que tormentas,
Que crueldades neles exprimentas!

Estrofe 97

A que novos desastres determinas
De levar estes Reinos a esta gente?
Que perigos, que mortes lhe destinas,
Debaixo dalgum nome preminente?
Que promessa de reinos e de minas
De ouro, que lhe farás tão facilmente?
Que famas lhe prometerás? Que histórias?
Que triunfos? Que palmas? Que vitórias?”


Compare essa fala do velho do Restelo com a estrofe que inicia o Epílogo, transcrita mais adiante. Diríamos que a desilusão final do poeta apresenta seus primeiros sintomas já na fala do velho.


Canto V

Ainda em Melinde, Vasco da Gama agora narra a viagem de Portugal ao Canal de Moçambique, no Índico. São vários obstáculos, representados ora por fenômenos naturais (como a tromba marítima), ora por doenças (como o escorbuto). Neste Canto, Vasco narra a passagem pelo Cabo das Tormentas, personificado na figura do Gigante Adamastor; diálogo entre Vasco da Gama e o Gigante.


Escorbuto

Nome de uma doença provocada pela carência de vitamina C. Surgem placas esbranquiçadas pelo corpo, as gengivas incham e sangram, há hemorragias internas e externas. Em pouco tempo, as gengivas apodrecem e os doentes falecem.
O escorbuto atacava os navegadores portugueses principalmente na região próxima ao trópico de Capricórnio, nas costas africanas (daí o escorbuto ser também conhecido como “mal de Luanda”- Luanda, capital de Angola).
Era um dos males mais temidos pelos navegadores, assim mostrado por Camões:

“E foi que, de doença crua e feia,
A mais que eu nunca vi, desampararam
Muitos a vida, e em terra estranha e alheia
Os ossos para sempre sepultaram.
Quem haverá que, sem o ver, o creia,
Que tão disformemente ali lhe incharam
As gengivas na boca, que crescia
A carne e juntamente apodrecia?”

(estrofe 81, Canto V)

Canto VI

Os portugueses partem de Melinde em direção a Calecute, na Índia. Baco e Netuno convencem Éolo, deus dos ventos, a armar uma violenta tempestade; mais uma vez, Vênus salva os lusitanos. Chegada à Índia.

Canto VII

Há uma descrição da Índia e dos primeiros contatos com os mouros. Camões interrompe a narração para lamentar-se de sua vida miserável, de várias injustiças sofridas, e mostra os primeiros sintomas de cansaço.

Canto VIII

Continua a narração dos acontecimentos na Índia; mais problemas com os mouros; referências ao comércio.

Canto IX

Relato dos últimos acontecimentos na Índia; há perigo de navios vindos de Meca destruírem os portugueses. Vasco apressa a partida, iniciando a viagem de volta.
Como prêmio, os navegadores param na Ilha dos Amores e recebem o carinho das ninfas. Vasco da Gama ama Tétis.

Canto X

Descrição da Ilha dos Amores e dos favores das ninfas. Há uma descrição do universo e a exaltação dos feitos portugueses. Regresso a Lisboa.


-Epílogo: é o final do poema, abrangendo as estrofes 145 a 156 do Canto X. O Epílogo inicia-se com uma das mais belas e angustiadas estrofes de todo o poema, na qual o poeta mostra-se triste, abatido, desiludido com a Pátria, que não merece mais ser cantada:

Estrofe 145

“No’mais, Musa, no’mais, que a lira tem
Destemperada e a voz enrouquecida,
E não do canto, mas de ver que venho
Cantar a gente surda e endurecida.
O favor com que mais se acende o engenho,
Não no dá a Pátria, não, que está metida
No gosto da cobiça e na rudeza
Duma austera, apagada e vil tristeza.”

CAMÕES LÍRICO

Camões é tradicionalmente considerado o maior poeta lírico português. A poesia lírica de Camões apresenta-se marcada por uma dualidade: ora são textos de nítida herança da tradicional poesia portuguesa, inclusive escritos em redondilhas; ora são poesias perfeitamente enquadradas no estilo novo do Renascimento. Entretanto, não se pode dizer que Camões tenha conseguido isolar suas influências; pelo contrário, elas aparecem misturadas, fundidas, resultando daí uma obra típica do século XVI. Para uma da poesia lírica camoniana, passamos a uma rápida caracterização dos principais temas abordados:
-Poesia tradicional- a herança das cantigas trovadorescas em Camões aparece principalmente nas redondilhas. O mar, a fonte, a natureza surgem constantemente em diálogos, lembrando as cantigas de amigo:


Cantiga

“Cantiga alheia:
Na fonte está Lianor
Lavando a talha e chorando,
Às amigas perguntando:
- Vistes lá o meu amor?”


Voltas
“Posto o pensamento nele,
Porque a tudo o amor obriga,
Cantava, mas a cantiga
Eram suspiros por ele.
Nisto estava Lianor
O seu desejo enganando,
Às amigas perguntando:
- Vistes lá o meu amor?”

Como se observa, é a mesma temática das cantigas de amigo, só que agora escrita em terceira pessoa, e não mais em primeira, ou seja, o poeta não mais escreve colocando-se no lugar da mulher, mas escreve sobre a mulher angustiada à espera de seu namorado.

- Neoplatonismo (as idéias platônicas em Camões)- Platão e sua filosofia foram retomados em meados do século XV pelos humanistas da cidade de Florença e marcaram fortemente toda a produção literária do Renascimento. Percebe-se nitidamente essa influência platônica em várias composições de Camões, tanto em alguns sonetos como nas redondilhas de Babel e Sião.
Platão concebia dois mundos: um mundo sensível, em que habitamos, e o mundo inteligível, das idéias puras. Neste, encontramos as divinas essências, as verdades: Deus, o Belo, o Bom, a Sabedoria, o Amor, a Justiça etc. No mundo sensível, as realidades concretas são simples sombras ou reflexos das idéias puras. As almas, que são imortais, habitam o mundo inteligível; quando as almas caem da esfera inteligível para a sensível, conservam uma recordação que podem avivar por meio da reminiscência. Há, dessa forma, uma constante busca do ideal, que não é mais do que uma tentativa de ascensão do mundo sensível (das realidades concretas, meras imitações particulares) ao mundo inteligível (da essência, a verdade universal). No mundo sensível temos, por exemplo, amores particulares; no mundo inteligível, temos o Amor (a maiúscula indica sempre a essência, a idéia), ou melhor, o Amor platônico.
A partir do século XV, percebe-se uma tentativa de aproximar a filosofia platônica dos princípios do cristianismo. Dessa forma, o mundo inteligível, as essências, as verdades corresponderiam, segundo a tradição cristã, ao Céu e as criações divinas.

Seio
“O teu seio que em minha mão
Tive uma vez, que vez aquela!
Sinto-o ainda, e ele é dentro dela
O seio-idéia de Platão.”

(BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida inteira. 8 ed. Rio de Janeiro, José Olympio, 1980. p.224.)

A alegoria da caverna

“Num de seus diálogos, em A República, Platão compara os dois mundos: o mundo sensível e o mundo inteligível; compara-os as sombras que se projetariam no fundo de uma caverna escura se por diante da entrada dessa caverna passassem objetos iluminados pelo sol. Do mesmo modo que entre as sombras projetadas por esses objetos e os objetos mesmos há um abismo de diferença, e, sem embargo, as sombras são em certo modo partícipes da realidade dos objetos que passam, desse mesmo modo os seres que contemplamos na nossa existência sensível, no mundo sensível, não são mais que sombras efêmeras, transitórias, imperfeitas, passageiras, reproduções ínfimas, inferiores, dessas idéias puras, perfeitas, eternas, imperecíveis, indissolúveis, imutáveis, sempre iguais a si mesmas, cujo conjunto forma o mundo das idéias.”

(MORENTE, Manuel Garcia. Fundamentos da filosofia. São Paulo, Mestre Jou, 1964.p.85-6.)

Em plena década de 70, Gilberto Gil compôs uma música na qual, de forma platônica, falava da esperança de viver numa sociedade mais justa, livre e feliz (seria a idéia pura, mundo inteligível), em oposição à situação concreta de uma sociedade injusta e ditatorial, um mundo de trevas (mundo sensível). O compositor baiano inicia a letra da composição lembrando a alegoria da caverna:


“O mundo da sombra, caverna escondida,
onde a luz da vida foi quase apagada;
o mundo da sombra, região do escuro,
do coração duro, da alma abalada, abalada...”

A música intitula-se “Balada do lado sem luz”.

-O Amor- um dos temas mais ricos da lírica camoniana é o Amor visto como idéia (neoplatonismo) e o amor como manifestação de carnalidade. No Amor enquanto idéia ou espiritualidade, que conduz a uma idealização da mulher, é nítida a influência da poesia de Petrarca (e, por extensão, de Dante Alighieri). A mulher amada é sempre retratada de forma ideal, recorrendo o poeta a uma constante adjetivação, que descreve um ser superior, angelical, perfeito (tal qual Laura, amada por Petrarca, e a Beatriz de Dante Alighieri). Por outro lado, a própria vida atribulada do poeta, sua experiência concreta (diríamos, do mundo sensível), leva Camões a cantar não mais um amor espiritualizado, mas um amor terreno, carnal, erótico (é a Vênus que aparece em inúmeras poesias líricas e mais adiante aparecerá em Os lusíadas). A impossibilidade de obter uma síntese desses dois amores leva a poesia camoniana algumas vezes a uma contradição que se manifesta no uso abusivo de antíteses.

- O “desconcerto do mundo”- esse foi um dos temas que mais perturbou o poeta português, manifestando-se nas injustiças, no prêmio aos maus e no castigo aos bons; na ambição e na tentativa de guardar bens que acabam no nada da morte; nos sofrimentos constantes que aniquilam as prováveis conquistas; enfim, num conflito violento entre o ser e o dever ser. Portanto, o mundo é um “desconcerto” e:

“Quem pode ser no mundo tão quieto
ou quem terá tão livre o pensamento
(ao)
ver e notar do mundo o desconcerto?”

O inconformismo do poeta se manifesta claramente nas famosas redondilhas que afirmam:

“Os bons vi sempre passar
no mundo graves tormentos,
e, para mais me espantar,
os maus vi sempre nadar
em mar de contentamentos.


Cuidando alcançar assim
o bem tão mal ordenado,
fui mal.Mas fui castigado.
Assim que só para mim
anda o mundo concertado.”

A PRODUÇÃO LITERÁRIA: Luís Vaz de Camões

A vida de Camões ainda permanece pontilhada de dúvidas. Admite-se como a data mais provável de seu nascimento o ano de 1524. Era filho de Simão Vaz de Camões e de Ana de Sá de Macedo, e descendente de uma família de fidalgos decadentes. Teria frequentado por algum tempo a Universidade de Coimbra.

Teria servido como militar no Norte da África, onde, ferido em combate, perdeu o olho direito. Com certeza, em 1550 vivia em Lisboa e freqüentava a corte; em 1552 foi preso por ter agredido um oficial do rei e só foi posto em liberdade em 1553, indo direto para o exílio.

Inicia-se assim uma longa jornada de 17 anos de exílio, tendo o poeta vivido nas colônias portuguesas da África e da Ásia, chegando a morar em Macau, colônia portuguesa na China. Foram anos de dificuldades econômicas e algumas passagens pela cadeia. Só retorna a Portugal em 1570, após a morte de D. João III, já com Os lusíadas terminados, em 1572 é publicada a primeira edição do poema.

D. Sebastião, rei de Portugal a quem havia sido dedicado o poema, concede-lhe uma pensão de 15.000 réis por ano, quantia que o poeta recebeu sem regularidade. Morre na miséria em 10 de junho de 1580, sendo enterrado como indigente, em vala comum.

Sua obra é composta de poesias líricas, uma poesia épica, três peças para teatro e algumas cartas.

CLASSICISMO EM PORTUGAL

O Classicismo se inicia em Portugal no ano de 1527. O marco cronológico desse período é a volta de Francisco Sá de Miranda a Portugal, após passar seis anos na Itália, introduzindo, assim, novos conceitos de arte e um novo ideal de poesia, conhecido como dolce stil nuovo (doce estilo novo).

Em oposição ao ideal quatrocentista de poesia, escrito em redondilha maior ou menor, Sá de Miranda traz da Itália a medida nova (versos decassílabos), já cultivada por Dante Alighieri e Francesco Petrarca.

Novas formas poéticas de inspiração clássica passam a ser compostas pelos artistas chamados de humanistas ou italianizantes: o soneto (composição de 14 versos divididos em dois quartetos e dois tercetos), a ode (poesia de exaltação), a elegia (composição inspirada em sentimentos tristes), a écloga (composição amorosa, pastoril), a epístola (composição poética à maneira de uma carta).

Sá de Miranda

Francisco Sá de Miranda nasceu em Coimbra, em 1481. Após frequentar a Universidade de Lisboa e a corte do rei D. João III, fez uma importante viagem à Itália renascentista, lá permanecendo de 1521a1526. Nessa estada por terras italianas, conviveu com alguns dos mais importantes artistas da época. Em 1527, já estabelecido novamente em Portugal, divulgou a nova concepção de arte, o doce estilo novo. Faleceu em 1558. De sua produção literária, merecem destaque duas comédias –Estrangeiros e Vilhalpandos-além de algumas poesias, entre elas uma em que é um dos pioneiros ao apresentar o tema do homem dividido na literatura portuguesa:



“Comigo me desavim,
Sou posto em todo perigo:
Não posso viver comigo
Nem posso fugir de mim.”


O século XVI é considerado um período áureo da arte e particularmente da literatura portuguesa: ao lado dos maravilhosos monumentos arquitetônicos do período manuelino
(governo de D. Manuel), temos a produção do humanista Gil Vicente, e o Renascimento português encontra sua máxima expressão em Luís de Camões. Também é no século XVI que a língua portuguesa assume contornos definitivos, iniciando o período do português moderno.

Entretanto, é no final desse mesmo século XVI que Portugal conhece uma grande derrocada econômica e política. Em 1580, temos a unificação da Península Ibérica sob domínio espanhol. Esse fato marca o fim do Classicismo quinhentista e, sob a influência espanhola, inicia-se o Barroco.

O RENASCIMENTO EM PORTUGAL

No século XIV, verifica-se o fim do monopólio clerical no que diz respeito à cultura. Os filhos dos burgueses começam a freqüentar as universidades e a tomar contato com uma cultura desligada dos conceitos medievais. A nova realidade econômica vivida pela Europa com a decadência do feudalismo e o fortalecimento da burguesia exige uma nova cultura, mais liberal, antropocêntrica, identificada com o mercantilismo. Pode-se definir o Renascimento como “a aceitação definitiva das formas em que a arte, a historia, a literatura e a filosofia greco-latinas se tinham expresso, e a assimilação do espírito pagão que as animava”.

O Renascimento teve por berço a Itália, logo se estendendo aos demais países europeus. Em Portugal o momento histórico vivido pela Dinastia de Avis (a centralização do poder, as Grandes Navegações, o comércio) é propício à entrada dos novos ventos trazidos da Itália. Já no final do século XV (1487) foi introduzida a imprensa em Portugal. Começam a ser lidos autores humanistas italianos como Dante Alighieri, Francesco Petrarca e Giovanni Boccaccio.

Entre os autores portugueses marcados por forte tom humanista, destacam-se os historiadores João de Barros, Damião de Góis e Fernão Mendes Pinto; e, entre os autores tipicamente renascentistas, Sá de Miranda, Antônio Ferreira (autor da tragédia A Castro) e Luís de Camões.

Os humanistas: uma nova visão do mundo

“Os humanistas, num gesto ousado, tendiam a considerar como mais perfeita e mais expressiva a cultura que havia surgido e se desenvolvido no seio do paganismo, antes do advento de Cristo. (...) Eram todos cristãos e apenas desejavam reinterpretar a mensagem do Evangelho à luz da experiência e dos valores da Antiguidade. Valores esses que exaltavam a capacidade de ação do homem, sua liberdade de atuação e de participação na vida das cidades. A crença de que o homem é a fonte de energias criativas ilimitadas, possuindo uma disposição inata para a ação, a virtude e a glória. Por isso, a especulação em torno do homem e de suas capacidades físicas e espirituais se tornou a preocupação fundamental desses pensadores, definindo uma atitude que se tornou conhecida como antropocentrismo. A coincidência desses ideais com os propósitos da camada burguesa é mais do que evidente.”
(SEVCENKO, Nicolau. O Renascimento. 2. ed. São Paulo. Atual/ Campinas, Unicamp, 1985. p.14-5.)

CARACTERÍSTICAS

O Classicismo é a época literária que se fundamenta na imitação da estética literária seguida pelos mestres da Antiguidade Clássica greco-romana. Imita-se primeiramente a Itália e depois a Antiguidade. A literatura passa a se caracterizar pela retomada da mitologia pagã, pela perfeição estética, marcada pela pureza de formas. Os homens do século XVI acreditavam que os antigos gregos e romanos eram detentores dos ideais de Beleza. Dessa forma, Platão, Homero, Virgílio e outros mestres da Antiguidade são imitados, pois seus valores são eternos e absolutos.
A poesia adota certas formas poéticas fixas, sujeitas a determinadas regras. Com isso, surge um novo conceito de poesia, uma vez que os poetas se sentem mais preparados intelectualmente se comparados aos poetas medievais; os temas poéticos são vários, atingindo a reflexão moral, a filosofia, a política, além do lirismo amoroso. Quanto à métrica, ao lado de uma herança medieval representada pelas redondilhas, usa-se a medida nova. Além do soneto, introduzido em Portugal por Sá de Miranda, o Classicismo cultiva a epopéia, segundo os modelos de Homero (Ilíada e Odisséia) e de Virgílio (Eneida).


O verso decassílabo- também chamado de medida nova- é típico do Renascimento. São dez sílabas poéticas, contadas até a última sílaba tônica de cada verso. Dependendo de sua acentuação, o decassílabo divide-se em heróico (acentos na 6º e 10º sílabas poéticas) e sáfico (acentos na 4º, 8º e 10º sílabas poéticas).

THANIELLY ZÉLIA ALMEIDA SILVA NERES

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS – UNIMONTES
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS – CCH
DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO E LETRAS – CDL
CURSO: LETRAS PORTUGUÊS – VESPERTINO 4º PERÍODO
DISCIPLINA: LITERATURA PORTUGUESA



RESPOSTAS DA ATIVIDADE AVALIATIVA SOBRE O AUTO DA BARCA DO INFERNO E OUTRAS QUESTÕES ACERCA DO HUMANISMO

ESTUDO DO TEXTO

1- Nas falas: “Parece-me isso um cortiço” / “Terra é bem sem-sabor” / “Que me deixes embarcar, sou fidalgo de solar é bem que me recolhais.”

2- Na fala “Não há aqui outro navio? ’’

3- Essa fala denuncia a degradação da pessoa do fidalgo, que confiava em suas posses e títulos, crendo que estes o poderiam tirar-lhe do caminho para o inferno e que assim o anjo o livraria.

4- Na fala “Para vossa fantasia mui pequena é esta barca”.

5- A partir do momento que o diabo mostra ao Fidalgo que ele está condenado à barca do inferno e revela fortes argumentos para tal afirmação, como revelar que o mesmo havia tido uma vida desregrada e má, digna do inferno, o Fidalgo tenta enganar o diabo dizendo que ele iria embarcar, mas antes voltaria à outra vida para ver a sua amada, o diabo logo o convence de que a mulher que ele tanto amava o enganava com outro, e de menor condição social e financeira.

6- Ao final do texto o Fidalgo se dá conta de que terá mesmo que embarcar na barca do inferno, pois sua vida terrena, suas obras não lhe deram o direito de ir com o anjo para a barca divina, e ainda reconhece sua condição de maldito e pobre espiritualmente.

7- Elementos como o fato de ter pessoas que rezem, ou intercedam uns pelos outros; humildade, santificação para ir ao céu; ter uma vida temente a Deus e de constante purificação, fazendo o bem a todos.

8- Os versos foram estruturados em redondilhas menores e maiores????????


EXERCÍCIOS
1- Alternativa C. No período do Humanismo, o teatro vicentino pende para a tradição clássica, mas não há a obediência às três unidades do teatro clássico ou grego, que é ação, lugar e tempo. O teatro de Gil Vicente é simples, ele utiliza de cenários e montagens, seu texto é estruturado em redondilha maior, e há várias cantigas no corpo de seus textos, além de usar elementos medievais (religiosidade, alegorias), bem como elementos humanistas: figuras mitológicas, condenação à perseguição aos judeus e cristãos novos, a critica social etc.

2- A poesia palaciana difere das cantigas trovadorescas nos aspectos:

Originária da nobreza e feita para a nobreza, enquanto as cantigas, principalmente as de amigo são nascidas do sentimento popular e não mais tem a corte como ambiente descrito e sim a zona rural;
Ruptura entre a música e o texto;
Utilização da métrica, do ritmo, da rima, das sílabas tônicas e átonas, conferindo assim, uma melodia própria aos textos;
Uso de redondilhas maiores e menores.

3- 1- a) Todo o mundo?

b)
Os nomes Todo o mundo e ninguém adquirem a ambiguidade no sentido que são tomados para representar o que todas as pessoas (Todo o mundo), desejam, o paraíso, ser honradas, ter dinheiro, mas que nem todas(Ninguém) se esforçam para tal.

2-a)

b)


PENSANDO Confirmar respostas
1- ????

2- Alternativa D

3- Alternativa A

4- Alternativa A



Auto da Alma
a)Tipos populares : Alma( representa o homem) ????
b)Tipos fantásticos : Anjo, Diabos 1 e 2, Santo Agostinho, São Jerônimo, Santo Ambrósio, São Tomás.
c)Tipos alegóricos : Igreja .

DÂMARIS DANIELLE CRISÓSTOMO RUAS

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS-UNIMONTES
DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO E LETRAS
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS
LETRAS PORTUGUÊS 4° PERÍODO VESPERTINO
DISCIPLINA: LITERATURA PORTUGUESA
PROFESSORA: GENEROSA


ESTUDO DO TEXTO: Gil Vicente.________________________________________

1 O Fidalgo representa a aristocracia alienada, egoísta e prepotente. Cite pelo menos três passagens do texto em que essas características ficam evidentes.

• “Que me deixes embarcar; sou fidalgo de solar é bem que me recolhais.”
• “Que deixo na outra vida quem reze sempre por mim.”
• “Que jericos, oh senhor! __ Cuidam cá que sou grou!”

2 O Fidalgo faz pouco da barca do inferno de maneira irônica. Aponte no texto a passagem que apresente essa ironia.

• “Parece-me isso cortiço...”

3 No diálogo com o Anjo, o Fidalgo afirma: “Sou fidalgo de solar / é bem que me recolhais”. O que essa fala denuncia?

• A prepotência do Fidalgo que acha que pela sua importância social alcançará o céu.

4 O anjo, apesar de sua condição, também é irônico. Justifique a afirmativa com elementos do texto.

• O anjo diz ao Fidalgo: “Para vossa fantasia, mui pequena é esta barca.”
“Essoutro vai mais vazio: a cadeira entrará e o rabo
caberá e todo vosso senhorio. Ireis lá mais
espaçoso...”

5 O Fidalgo tenta enganar o diabo. Explique como.

• Ele quer retornar a outra vida pois não quer ir para o inferno, para isso, diz ao diabo que precisa ver sua dama e mente que ela quer se matar por ele.

6 Ao final do texto, de que o Fidalgo se da conta?
• Ele se dá conta de que a barca do inferno é ardente e que maldito é que vai nela.

7 Além das alegorias do bem e do mal, encarnadas, respectivamente, pelo Anjo e pelo diabo, e da noção de céu e inferno, que outros elementos da moralidade cristã estão presentes no texto?

• As falas do Fidalgo dizendo deixa quem reze por ele e enfim percebe que em vida não creu que existisse inferno, por isso não viu que se perdia.

8 Em relação à métrica, como foram estruturados os versos?

• Redondilhos maiores, rimados, com tom coloquial.


EXERCÍCIOS__________________________________________________________

1 Destaque a única informação que não se aplica ao humanismo português. Justifique sua escolha.

D) Há manifestação da chamada prosa didática, escrita por nobres.
Essa informação não se aplica ao humanismo português por dizer que essa prosa didática era escrita por nobres, quando na verdade eram destinadas à nobreza.

2 Durante o humanismo português desenvolveu-se a poesia palaciana. Em quais aspectos esse tipo de poesia diferencia das cantigas trovadorescas?

• As poesias palacianas foram desligadas da música, o texto passou a ser feito para leitura e declamação.

3 Responda as questões propostas do texto “Auto da Lusitânia”.

• Na cena do Auto da Lusitânia, atuam as personagens Todo Mundo e Ninguém e, como intermediárias, Berzebu e Dinato. Os diálogos entre esses dois últimos estabelecem um duplo sentido, ambigüidade, em relação ao sentido das falas dos primeiros. Releia o texto e responda:
a) Qual personagem promove diretamente a ambigüidade?
___Berzebu.

b) Explique a ambigüidade que adquirem os nomes, Todo Mundo e Ninguém.

A ambigüidade encontra-se no contexto das falas desses personagens que por serem caracterizados dessa forma não deixam um sentido certo se falam de todo mundo ou ninguém.

• Gil Vicente, ao introduzir em cena as personagens Todo Mundo e Ninguém, apresenta-as de forma que podem não ser o que parecem. Tendo em vista que toda farsa é uma peça cômica e irreverente, retratando equívocos e enganos, releia o texto e, a seguir:

a) Destaque o vocábulo que, empregado duas vezes na indicação inicial de como deve ser executada a cena (rubrica), permite concluir que as aparências de Todo Mundo e Ninguém são dissimuladas;
___Homem.

b) Demonstre, com base no texto, uma característica farsesca do auto da Lusitânia.

Essa característica encontra-se no fato dos personagens caracterizarem o que seria natural e fácil de Todo Mundo, como as pessoas no âmbito geral e Ninguém, como ninguém realmente.


PENSANDO___________________________________________________________

1 Caracteriza o trecho transcrito da Crônica de Dom João I.
a) Narração realista e dinâmica que quase nos faz visualizar os acontecimentos.

2 Caracteriza o teatro de Gil Vicente:
d) A preocupação com o homem e com a religião.

3 Aponte a alternativa correta em relação a Gil Vicente:
a) Compôs peças de caráter sacro e satírico.

4 É correto afirmar que o trecho acima faz parte de:
a) Uma cantiga de amor.
Sobre os autos__________________________________________________________
a) Tipos Populares (Fidalgo, Agiota, Sapateiro, Brígida Vaz, Judeu, Corregedor, Procurador, Enforcado, Cavaleiros.)
b) Tipos Fantásticos (Diabo e Anjo.)
c) Tipos Alegóricos (Frade, representando a igreja. Diabo e Anjo, representando o bem e o mal.)

quarta-feira, 27 de abril de 2011

ZAIRA DOURADO MAGALHÃES

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS - UNIMONTES
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS – CCH
DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO E LETRAS - DCL
DISCIPLINA: LITERATURA PORTUGUESA – DAS ORIGENS AO BARROCO
PROFESSORA: MARIA GENEROSA FERREIRA SOUTO
4° PERÍODO DE LETRAS PORTUGUÊS

Estudo do texto

1)Os trechos que se seguem representam ,respectivamente, alienação, egoísmo e prepotência do fidalgo:
a) “Parece-me isso cortiço”
b) “Que deixo na outra vida
quem reze sempre por mim”
c)Que me deixe embarcar,
sou fidalgo de solar
é bem que me recolhais.
2)Infere-se ironia na fala do fidalgo ao referir-se a barca do inferno nos seguintes trechos:
“E passageiros achais
para tal habitação”
3)Essa fala refere-se ,explicitamente, a posição social do fidalgo,porém de uma forma implícita ironiza o fato da condição social não ter valor no plano espiritual. Dessa forma, na hora do julgamento as almas são vistas igualmente aos olhos do anjo e do diabo.
4)Percebe-se ironia na fala do anjo nas seguintes passagens:
Para vossa fantasia/mui pequena é esta barca
Não vindes vós de maneira/para entrar neste navio,/Esoutros vai mais vazio:/a cadeira entrará,/e o rabo caberá e todo o vosso senhorio/Ireis lá mais espaçoso/
5)O fidalgo tenta enganar o diabo falando para ele que necessitava voltar para outra vida porque havia deixado uma dama que se mataria por ele.
6)O fidalgo ao final do texto mostra um sentimento de aceitação e se dá conta que tem que se conformar com a condição em que se encontrava.
7)Além da relação antitética entre o bem e o mal existem alguns elementos como a questão da salvação e perdição, ou seja, as escolhas conscientes e inconscientes das personagens por um dos lados que, consequentemente, resulta na ida ao céu ou ao inferno.
8)Os versos são estruturados em heptassílabos.
EXERCÍCIOS
1)De acordo, com o Humanismo português a única alternativa errada é a letra “c”,pois o teatro vicentino preocupa-se de maneira satírica com a burguesia em ascensão,ou seja,suas obras são reflexos dos vícios cotidianos da diversas classes sociais .Sendo assim, denuncia as tragédias da sociedade da época de forma cômica utilizando de personagens imaginários para figurar situações reais sem nenhum tipo de idealização.
2)A poesia palaciana e as cantigas trovadorescas possuem algumas discrepâncias que a enquadram, categoricamente, em uma determinada época como ,por exemplo,: na primeira não há acompanhamento musical,o amor e a mulher não são idealizados e inacessíveis,são mais realistas e os temas voltam-se para a índole religiosa.Diferente das cantigas em que se cantam a impossibilidade do amor e do feminino.
3.1.1) Berzebu
3.1.2)Todo mundo representa o que a maioria das pessoas da Terra querem. Já ninguém representa o que a minoria das pessoas busca com relação às virtudes.
3.2.1)A conclusão a que se chega sobre a dissimulação das personagens seria o fato de a personagem “Todo Mundo” entrar buscando alguma coisa.
3.2.2)O fato de “Todo Mundo” ser um personagem rico de bens matérias e ao mesmo tempo ser tão pobre de virtudes ,mostrando dessa forma, o que todas as pessoas ,realmente, valorizam. Por outro lado,” Ninguém” consegue ser mais rico por possuir valores morais.
PENSANDO
1)O texto transcrito da Crônica de D. João I caracteriza-se pela exaltação do feito heroico do mestre ao matar o inimigo do Reino.
2)O teatro de Gil Vicente caracteriza-se pela preocupação com o homem e com a religião.
3)Com relação ao teatro Vicentino, há uma composição de peças de caráter sacro e satírico.
4)O trecho de um poema em questão é considerado uma cantiga de amor.
O Auto da Barca do Inferno
O auto da Barca do inferno é composto de personagens cotidianos que representam a sociedade portuguesa da época e imaginários que ilustram os caminhos do bem e do mal. Sendo assim:
a)Populares
fidalgo,alcoviteira,agiota,parvo,frade.corregedor,procurador,judeu,sapateiro cavaleiros.
b)Tipos fantásticos: Representado pelo anjo e diabo que são vistos como juízes da ação,mostrando céu e inferno.
c)Os personagens que podem ser citados como alegóricos ,implicitamente, poderia ser o frade que representa a instituição, ou seja, a religião católica ,contudo encontra-se em meio ao pecado e vícios mundanos. Diferente dos quatro cavaleiros que são vistos como seguidores da fé católica denotando a virtude.
O Auto da alma
a)Populares:
A alma que figura todas as pessoas que são tentadas pelos vícios do mundo.
b)Fantásticos:Podem-se citar os anjos, Santo Agostinho, santo Ambrósio, São Jerônimo, São Tomas e diabo I e II.
c) Santa Madre Igreja que representa a estalagem responsável por acolher aqueles que procuram a glória.

ANA LETÍCIA LIMA SOARES

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS-CCH

CURSO: 4º PERIODO LETRAS-PORTUGUES

MATÉRIA: LITERATURA PORTUGUESA

RESPONSÁVEL: MARIA GENEROSA SOUTO



ESTUDO DO TEXTO

1- Fica evidente a característica alienada do fidalgo em:

Quanto á isto é já pior

Que jericos,oh senhor

Cuidam cá que eu sou um grou!

Fica evidente a sua prepotência em:

Que me deixe embarcar;

Sou fidalgo de solar

Fica evidente seu egoísmo em:

Folgava ser adorado

Confiei em meu estado


2- A passagem do texto que indica a ironia do fidalgo é:

Esta barca onde vai ora,

Que assim está apercebida...

...para lá vai a senhora?...

...Parece-me isso cortiço...


3- Essa fala denuncia a sua prepotência. O fidalgo acreditou que porque tinha status e dinheiro iria na melhor barca e em sua vida jamais se preocupou em ser uma pessoa boa. Acreditou que o seu dinheiro pudesse comprar tudo.


4- O anjo se mostra irônico na passagem:

Para a vossa fantasia

Mui pequena é esta barca


5-O fidalgo falou ao diabo que ele tinha outra vida e que tinha uma mulher que o amava, tentando assim enganar o diabo


6- Ao final do texto o fidalgo se dá conta de que não adiantava ele ter boa condição social e financeira, e que não teria outro jeito se não, adentrar a barca.


7-No texto é apresentado alem dos elementos expostos, a reza e também a representação dos fieis.


8- O texto é construído em redondilha maior.

Exercícios

1- C. O teatro vicentino tende-se mais para a característica medieval, e não obedece as três unidades do teatro grego.

2-As cantigas trovadorescas pararam de existir no século XIV e somente a partir de 1450 a poesia volta a florescer em Portugal. A poesia palaciana desvinculou-se do acompanhamento musical, passando a ser declamada ou lida. Assim, houve um desenvolvimento de técnicas poéticas, como a rima, a métrica, o ritmo, etc. Os poemas fazem uso consciente de rimas, métricas e ritmo bem marcados, de ambiguidades e jogos de palavra e de aliterações.

3.1- O personagem que promove diretamente a ambigüidade é Berzebu

b- Alem de Todo o Mundo e Ninguém serem os nomes dos dois personagens, há a representação nos seus nomes. Todo o Mundo leva esse nome por representar a maioria das pessoas, já o ninguém recebeu esse nome porque se pensa que ninguém pratica as suas ações corretas.


2.a- Homem

b- Uma das características farsescas do Auto da Lusitânia é o fato dele possuir poucos personagens.


Pensando


1- A

2- D

3- A

4- A


Escrevendo sobre" O auto da Alma"


a- O Auto não apresenta tipos populares, que são os personagens do cotidiano.

b- Os tipos fantásticos do Auto são: Santo Agostinho, Anjo, Alma, Diabo 1, Diabo 2, Santo Ambrosio, São Jerônimo e São Tomás.

c- O tipo alegórico apresentado no Auto da Alma é a Igreja. Ela tenta mostrar que nela está a salvação e representa a ideologia

terça-feira, 26 de abril de 2011

JOSIANE FERREIRA COSTA

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTERS CLAROS
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS –CCH
DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO E LETRAS-CDL
DISCIPLINA:LITERATURA PORTUGUESA
PROFESSOR(A):MARIA GENEROSA



RESPOSTAS DO TRABALHO

Estudo do texto

1-Fidalgo

Que me deixe embarcar,
Sou fidalgo de solar
É bem que me recolhas.

Não sei porque haveis por mal
que entre a minha senhoria.

Para senhor de tal marca
Não há aqui mais cortesia?
Venha prancha e atavio!
Levai-me desta ribeira.

O Fidalgo pensa que sua posição de nobre pode lhe salvar,e se julga superior aos outros.

2-Fidalgo

Pare-se me isso cortiço...

Nesta passagem o Fidalgo critica a barca comparando-a com um cortiço.

3-O Fidalgo pensa que sua condição de homem rico e nobre poderia fazer com que o anjo permita sua entrada na barca.

4Anjo

Não se embarca tirania nesta batel divinal.

Para vossa fantasia mui pequena é esta barca.

5-O Fidalgo diz ao Diabo que deve voltar a outra vida porque sua dama quer se matar por ele.

6-Ao final do texto o Fidalgo se da conta de que todo aquele que vai a barca do inferno é maldito.

7-Não desprezar os pequenos,rezar,ser generoso,não viver de fantasias fazendo o que quer sem se preocupar com os outros.

8-O autor usa fluentemente a técnica de versificação.

Exercícios

1-letra(c)
O teatro vicentino tem como característica principal a sátira (de fundo moralista). Por meio dela Gil Vicente criticou todas as camadas sociais: a nobreza, o clero e o povo.


2-No trovadorismo,as cantigas eram totalmente ligadas as musicas,já na poesia palaciana há uma separação da poesia com a música.As contradições do amor serão explorados e a temática é circunstâncial diferente do trovadorismo.

3-leia o texto

1-a)ninguém

b)Enquanto as pessoas(ninguém)não estão buscando a consciência e a virtude,o restante das pessoas do mundo(todo mundo)buscam o dinheiro e vão se afundando por isso.

2-a)Todo mundo homem rico mercador,logo após um homem vestido de pobre este é ninguém.

b)O que demonstra isso são as falas de Berzebu e Dinato.

Pensando

1-letra(b)

2-letra(d)

3-letra(a)

4-letra(b)

Tipos populares

a)O fidalgo,representa a nobreza,o dinheiro(poder) tudo que o dinheiro podia comprar ele poderia ter durante sua vida.

Agiota ,interesseiro que faz tudo por dinheiro.

Parvo,homem simples que não errava por malicia.

Sapateiro,roubou e enganou as pessoas durante muito tempo.

Brígida,mulher alcoviteira que inventava diversas mentiras para encobrir seus erros.

Judeu,desonrou o que erra sagrado comendo carne de panela pelo dia do senhor e mijou no adro de São Julião.

corregedor,mestre em fraudes e sua mulher guardava os tributos dos judeus.

Procurador,ladrão que não confessou seus pecados por medo de ter que devolver o que roubou.

Enforcado,homem que furtava durante sua vida e que pensou que se morresse de tal forma seria salvo.

Tipos fantásticos

b)Diabo,acusa as pessoas pelos seus feitos maus durante vida,e fica encarregado pela barca que leva as pessoas ao inferno.

Comp.Diabo ajuda a conduzir as pessoas a barca.

Anjo,responsável pela barca que leva a salvação.

Os quatro cavaleiros de certa forma ocupa o lugar de santo pois morreram como mártires levando a cruz de cristo,eles foram absolvidos de qualquer pecado e culpa.

Tipos alegóricos

Frade,tinha uma mulher (dama)escondido e pensou que suas rezas e até mesmo sua roupa de Frade poderia lhe salvar.

VIVIANE RODRIGUES RIBEIRO

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS – UNIMONTES
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS - CCH
DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO E LETRAS – DCL
LETRAS/PORTUGUÊS 4º PERÍODO VESPERTINO
LITERATURA PORTUGUESA: DAS ORIGENS AO BARROCO


ESTUDO DO TEXTO

O fidalgo é um personagem alienado, prepotente e egoísta, características estas que ficam evidentes nas seguintes passagens:
1ª “A estoutra barca me vou.
Hou da barca, para onde is?
Ah barqueiros! Não me ouvis?
Respondei-me! Hou lá! Hou!...
Por Deus, bem fadado estou!
Quanto a isto é já pior.
Que jericos, oh senhor!
_ Cuidam cá que sou um grou!”


2ª “Que me deixeis embarcar;
sou fidalgo de solar
é bem que me recolhais.”

3ª “Para senhor de tal marca
Não há aqui mais cortesia?
Venha prancha e atavio!
Levai-me desta ribeira!”

O fidalgo se acha superior, e faz pouco da barca do inferno, achando o lugar feio como um cortiço e, portanto, desprezível para qualquer morador: “E passageiros achais/ para tal habitação?”.
O auto pode ser interpretado como uma denúncia. Na fala “sou fidalgo de solar/ é bem que me recolhais” denuncia a diferença de tratamento que as pessoas recebem, sendo condizentes à classe social ocupada pelo indivíduo. Certamente o fidalgo já foi tratado de maneira superior por ocupar uma boa condição na sociedade.
O anjo, mesmo representando o bem, é um personagem irônico. Ao dizer “ Para vossa fantasia/ mui pequena é essa barca” o anjo está ironizando o fato de o fidalgo não ser digno de entrar na embarcação, desta forma inverte a situação dizendo que a barca não está a altura deste.
Durante o decorrer do auto o fidalgo se mostra um ser esperto, tanto que chega a querer enganar o diabo para fugir daquilo que, aparentemente, era o seu destino. Dessa forma o fidalgo alega querer ver sua mulher, mas o pretexto utilizado não convence o diabo que talvez já conhecesse aquele tipo de atitude.
Ao final do texto o fidalgo se dá conta que não havia maneira para ele fugir daquilo que ele mesmo tinha contribuído, e acaba cedendo e entrando para a barca do inferno.
No decorrer do auto é possível encontrar vários elementos que condizem com a moralidade cristã, além dos que estão mais explícitos, como a imagem do anjo e do diabo. O cristianismo prega a humildade, isso fica evidente na passagem bíblica em que um jovem rico se apresenta a Jesus e pergunta o que deve fazer para merecer a vida eterna, Jesus responde que é necessário que ele venda tudo e o siga, ao ver que precisaria renunciar toda sua riqueza o jovem diz que precisa pensar, e Jesus finaliza dizendo que é mais fácil um camelo entrar no fundo da agulha do que um rico entrar no Reino de Deus. Dessa forma o auto quis confirmar aquilo que a bíblia apresentou, colocando o fidalgo na barca do inferno.
Outro elemento cristão são as rezas feitas por fieis, o fidalgo fala ao diabo que alguém na terra rezava por ele.
Gil Vicente faz uso de versos de sete sílabas, heptassílabo ou redondilha maior. Do ponto de vista das leis métricas, essa é a métrica mais fácil de se construir, visto que basta a última sílaba



EXERCÍCIO

No período do Humanismo inclui-se o teatro vicentino, entretanto o Gil Vicente produz obras extremamente simples, não obedecendo às três unidades do teatro clássico: ação, lugar e tempo.
Durante o Humanismo português desenvolveu-se a poesia palaciana. Esse tipo de poesia diferencia-se das cantigas trovadorescas pela separação entre a música e o texto, o que resultou num maior apuro formal, os textos passaram a ter melodias próprias, desenvolvendo-se assim as redondilhas maior e menor.

Auto da Lusitânia

Nesse auto o diálogo entre os personagens Berzebu e Dinato estabelece um duplo sentido, principalmente as observações feitas por Berzebu.
Os personagens Todo o Mundo e Ninguém representam a humanidade, aquele indica as ações e ambições das pessoas, enquanto este, tudo aquilo que o homem não busca.
O vocábulo “homem”, empregado duas vezes na indicação inicial do auto, nos permite concluir que as aparências de Todo o Mundo e Ninguém são dissimuladas, visto que o autor faz uso de apenas duas pessoas para representar a humanidade, o que nos leva a pensar, também, que o Auto da Lusitânia possui uma característica farsesca.

AUTO DA ALMA

Não há muitos personagens populares nesta obra, o único é a Alma. Esta a princípio parece ser um personagem fantático, místico, mas depois é possível perceber que se trata de uma pessoa ainda em vida. Ao decorrer da história percebemos que a Alma é indecisa, ora se deixa levar pelas falas do Anjo, e ora pelas falas do Diabo. Ela se mostra fraca, seduzida pelas propostas “do mal”, mas consegue superar e seguir o caminho indicado pelo anjo.
Já os seres fantásticos são maioria: anjo, diabo e santos fazem parte da obra. O Anjo é um ser celestial, que tem como missão conduzir a Alma e conscientizá-la quanto ao mal existente: “não queirais a Satanás/ dar ouvido.”(VICENTE, p. 27).
A todo o momento o Anjo tenta reanimar a Alma, dá recomendações quanto à maneira que tem que se comportar para alcançar a Glória: “Não vos perturbem vaidades,/ riquezas, nem debates”. (VICENTE, p.25)
O auto nos apresenta dois diabos. O primeiro é um ser de ar tinhoso, que conhece aquilo que seduz. Procura apresentar à Alma todas as riquezas terrenas e tenta convencê-la de que a Igreja é um lugar para pessoas mais velhas, que estão próximas das morte: “Consentis/ em viver na Igreja antes/ da velhice?” (VICENTE, p. 41)
O segundo Diabo pouco aparece no texto, mas dá para perceber que este tem características similares ao primeiro, também tentava seduzir pessoas e desviá-las do caminho da Igreja. Este reconhece que já havia perdido para o Anjo, entretanto acredita que um dia conseguirá: “Reconheço que perdi, / outro dia ganharei/ e ganharemos.” (VICENTE, p. 49)
Os santos presentes na obras são Santo Agostinho, Santo Ambrósio, São Jerônimo e São Tomás. Todos eles são os doutores da Igreja e incumbidos de ajudarem na purificação da Alma: “Cerrai olhos corporais, / deitai por terra os profanos” (VICENTE, p.51).
O Auto da Alma contém um personagem alegórico, a Igreja. Esta é a hospedagem das pessoas na terra, uma pousada que, com a ajuda dos doutores, fortalece e encoraja as almas.

PENSANDO
A Crônica de D. João I, escrita por Fernão Dias, nos apresenta uma narração realista e dinâmica que quase nos faz visualizar os acontecimentos. Todas as ações e todos os personagens são bem descritos, proporcionando melhor imagem dos fatos.
Gil Vicente produzia teatros em que demonstrava sua preocupação com a imagem do homem e com a religião. Suas peças continham caráter sacro e satírico, pois além de abordar questões religiosas ele também fazia críticas à igreja.

*Ide-lhe, rogo - vo-lo, falar,/ e fazei com que me queira,/ que pareço./ E dizei-lhe que lhe peço/ Se lembre que tal fiquei/ Estimado em pouco preço,/ e, se tanto mal mereço,/ não no sei!/ E se tenho essa vontade,/ que não deve enjoar,/ mas antes muito folgar,/ matar de qualquer idade./ E, se reclama/ que sendo tão lindo dama/ por ser velho me aborrece,/ dizei-lhe que mal desama,/ porque minha alma que a ama/ não envelhece.

O trecho exposto acima se trata de uma cantiga de amor, visto que o eu – lírico é masculino e idealiza uma mulher, que por sua vez não corresponde a esses sentimentos.

ANA LÚCIA CARDOSO PEREIRA

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS - UNIMONTES
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS – CCH
DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO E LETRAS - DCL
DISCIPLINA: LITERATURA PORTUGUESA – DAS ORIGENS AO BARROCO
PROFESSORA: MARIA GENEROSA FERREIRA SOUTO
4° PERÍODO DE LETRAS PORTUGUÊS



ATIVIDADE AVALIATIVA
Estudo do Texto

1 – Fidalgo
“Para senhor de tal marca O fidalgo reclama pelo fato de não
Não há aqui mais cortesia? ser tratado com cortesia. Além disso,
Venha prancha e atavio! ordena ao anjo que faça a sua vontade
Levai-me desta ribeira! como se tivesse algum poder ainda.”

Fidalgo
“Por Deus, bem fadado estou!
Quando a isto é já pior.
Que jericos, oh senhor!
- Cuidam cá que sou grou!”

Fidalgo
“Que me deixe embarcar;
sou fidalgo de solar
é bem que me recolhais.”

2 – Fidalgo
“Parece-me isso cortiço...”

3 – Na passagem referida podemos perceber a prepotência da personagem do fidalgo, uma vez que em suas falas é possível notar que ele se vê no direito de absolvição e ele acha que é melhor que as outras pessoas tendo, assim, condições de ser enviado ao céu.

4 – O anjo é irônico na medida em que está ali para absolver ou não as pessoas que são julgadas, por isso, ele utiliza desse artifício a fim descobrir os pecados e fazer com que elas os admitam.
Anjo
“ Não vindes vós de maneira para entrar neste navio,
Essoutro vai mais vazio:
a cadeira entrará,
e o rabo caberá
e todo o vosso senhorio.
Ires lá mais espaçoso,
Com fumosa senhoria cuidando da tirania
Do pobre povo queixoso;”

5 – O Fidalgo vendo que não havia como ir na barca do céu, resolve voltar à barca do inferno e tenta enganar o Diabo dizendo a ele para voltar para a terra e consolar sua amada que havia ficado desamparada e desolada, contudo, o Diabo percebe a estratégia do Fidalgo e não cai em sua empreitada.

6 – Ao final do texto o Fidalgo percebe que não há mais como ir na barca do céu e vai para a barca do inferno.

7 – Exemplos de elementos da moralidade cristã presentes no texto são: humilhação, reza, piedade; mas há também elementos que infringem tais moralidades como: egoísmo e traição.

8 – O texto é uma peça teatral e, por isso, é todo metrificado, com versos que não seguem uma única estrutura, mas a maioria sendo em redondilha maior.

Exercícios
1 – alternativa d
A escrita feita por nobres é feito no Trovadorismo e não no Humanismo.

2 – Diferentemente do Trovadorismo que traz cantigas escritas sob temas seja amor, seja amizade, ou escárnio, ou maldizer; o Humanismo traz a poesia palaciana em que as temáticas são variadas, por exemplo: composições sátiras, de amor, didáticas e religiosas.

3 – 1)a) O personagem que é responsável por causar ambigüidade é o Berzebeu.
b) A ambigüidade está, na verdade, na contradição, já que Todo o Mundo representa todas as pessoas(muito) e Ninguém nenhuma pessoa(nada).

2)a) Emprego do vocábulo que conclui que as personagens são dissimuladas/;
“Eu hei nome Todo Mundo”
“E eu hei como ninguém”.
b) Com base no texto, a característica farsesca do Auto da Lusitânia, está na medida em que o homem é colocado na escolha entre o bem o mal. Dessa forma, os personagens Todo o Mundo e Ninguém vêm representar essas opções de escolha, sendo que Todo o Mundo é mais apegado às coisas materiais, às riquezas, e Ninguém se liga mais a busca pela paz.

Pensando
1 – alternativa a
2 – alternativa d
3 – alternativa a
4 – alternativa a

Escreva sobre: o Auto da Alma
a) Alma
b) Santo Agostinho, Santo Ambrósio, São Jerônimo, São Tomas, Anjo e os Diabos.
c) Santa Madre Igreja
O Auto da Barca do Inferno
a) Anjo, Diabo, Companheiro do Diabo, Fidalgo, Onzeneiro, Parvo, Frade, Brísida Vaz, Judeu, Corregedor e Procurador Enforcado e os Quatro Cavaleiro.
b) O anjo e o Diabo.
c) O anjo, com a barca do céu e o Diabo, com a barca do inferno.

EMANUELLY ESTEPHANE

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS
LETRAS PORTUGUES
4° PERIODO

1-
-Fidalgo:Que me deixes embarcar
Sou fidalgo do solar e é bom que me recolhais

-Anjo:... Desprezastes os pequenos
Achar-vos tanto menos
Quanto fostes fumoso.

Fidalgo: Ao inferno todavia!
Inferno há i pêra mi?
Oh triste! Enquanto vivi
Não cuidei que o i havia



2-

Fidalgo:Mais parece isso um cortiço


3-

Denuncia a arrogância e vaidade simbolizada pelo personagem do Fidalgo.

4-
Fidalgo:Não sei porque haveis por mal que entre minha senhoria
Anjo: Para a vossa fantasia muito precária é está barca

Nesse trecho o anjo ironiza a prepotência do Fidalgo que estar acostumado aos luxos e vaidades do mundo

5-
Sim,o Fidalgo tenta enganar o diabo,recordando-se de sua mulher que tinha ficado viva e lembrando do amor tórrido que eles viveram,então ele pede para poder vê-la mas o diabo o repreende e diz que a moça ficou alegre ao se livrar do marido.

6-
De que não viveu sua vida honestamente nem com humildade e que para ele somente restou o inferno.

7-

A questão do pecado da vaidade,da arrogância,da luxuria e da feitiçaria e as conseqüências futuras de tais pecados e o fim que levam os seus adeptos descritos no auto,são uma forma que moralaizar.



8-
São redondilhas maiores e com sete silabas poéticas.

EXERCICIOS

1-
C- o teatro vicentino não obedece as três unidades do teatro clássico o tempo ,ação e lugar.Na verdade ele possui características puramente medievais.


2-
Diferenciando-se da poesia trovadoresca, a chamada poesia palaciana é feita para ser lida, e não mais cantada, como eram as cantigas medievais. Além disso, apresenta uma visão menos idealista da mulher, visto que, sem a rígida divisão entre classes sociais na Idade Média, o amor torna-se possível entre pessoas de categorias sociais diferentes.


3-
1)a
Berzebu através de trocadilho e comentários espirituosos promove a ambigüidade

b-O autor deu o nome de Todo o Mundo e Ninguém às suas personagens principais desta cena. Pretendeu com isso fazer humor, caracterizando o rico mercador, cheio de ganância, vaidade, petulância, como se ele representasse a maioria das pessoas na terra (todo o mundo). E atribuindo ao pobre, virtuoso, modesto, o nome de Ninguém, para demonstrar que praticamente ninguém é assim no mundo.


2)a- O vocábulo homem se repete duas vezes,sendo que ao mesmo tempo que todo mundo representa multidão, e ninguém nenhuma pessoa,eles são caracterizados por seres humanos,dando também por entender os conflitos humanos.

b- A característica farsesca se dá ao conflito de escolhas entre as virtudes e as ambições.

PENSANDO

1-E
2-D
3-A
4-A

ESCREVA SOBRE O AUTO

A-
O auto está repleto de personagens populares,aqueles do cotidiano,temos como exemplo o Fidalgo,homem rico e prepotente. O agiota que emprestava dinheiro a juros altíssimos,o Judeu que não seguia a fé católica , a Brígida uma feiticeira e o sapateiro que roubava dos seus clientes.

B-
Os seres fantásticos são o anjo e o diabo representando respectivamente a salvação e o pecado.
C-
O tipo alegórico principal do auto é o frade que apesar de representar a igreja usufrui do pecado da luxuria.

KENNYA GONÇALVES LIMA

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS
LETRAS PORTUGUES
4°PERIODO


ESTUDO DO TEXTO
1-
Fidalgo: Ao inferno todavia!
Inferno há i pêra mi?
Oh triste! Enquanto vivi
Não cuidei que o i havia
Tive que era fantasia
Folgava ser adorado
Confiei em seu estado
E não vi que me perdia

-Anjo: Vós ires mais espaçoso
Com fumosa senhoria
Cuidando da tirania
Do pobre povo queixoso
E porque de generoso
Desprezastes os pequenos
Achar-vos tanto menos
Quanto fostes fumoso

-Fidalgo:Que me deixes embarcar
Sou fidalgo do solar e é bom que me recolhais



2-
Fidalgo:Mais parece isso um cortiço
Diabo: E porque vedes de fora.

3-
Denuncia a prepotência e arrogância do Fidalgo diante do Anjo.Para o Fidalgo que sempre levou uma vida de luxo o lugar certo era a barca do paraíso,mas seus pecados e sua presunção o levaram a barca do inferno.

4-
Sim,o anjo também pronuncia sua fala de forma irônica em alguns momentos.
Nesse trecho ele ironiza dizendo que a barca é muito simples para todo o luxo o qual o Fidalgo está acostumado.
Fidalgo:Não sei porque haveis por mal que entre minha senhoria
Anjo: Para a vossa fantasia muito precária é está barca

5-
Sim,após notar que o inferno era seu destino,ele tenta convencer o diabo falando sobre sua amada e pede para retornar para ver sua mulher.

6-
Se dá conta dos seus pecados e arrependido deles ainda assim tem de entrar na barca do inferno e cumprir seu destino.


7-
Existem vários elementos de moralidade no texto,entre eles o poder do pecado contido na arrogância ,na vaidade ,na prepotência e na luxúria.Tento como fim trágico para essas atitudes o inferno.Tudo isso intimida o leitor à integridade e o caminha do bem.


8-
São redondilhas maiores
E com sete silabas poéticas,constituindo um padrão constante de rimas.

EXERCICIOS
1-
Letra C
O teatro vicentino possui características tipicamente medievais do tipo da religiosidade uso de redondilha de alegorias e não obediência as três unidades do teatro clássico(ação,lugar e tempo).

2-A poesia palaciana foi feita para ser lida não para ser cantada como as cantigas trovadorescas .


3-a
Berzebu

b- O nome Todo mundo sugere que todas as pessoas buscam dinheiro e louvores e já o personagem Ninguém se refere que ninguém quer Virtude e consciência. O autor assim se refere a sociedade que sempre busca bens matérias e coisas para se engrandecer financeiramente e se esquecem das virtudes humanas.

2-a)
O vocábulo homem repete duas vezes,sendo que todo mundo é ninguém ao mesmo tempo que representam todas as pessoas e nenhuma pessoa também podem ser simbolizados por um ser humano.

b- Seria o conflito de escolhas que o homem tem de passar,escolhendo entre o bem e o mal,o pecado e a santidade.

PENSANDO

1- Letra A



2-
Letra D

3-
Letra A


4-
Letra A

ESCREVA SOBRE O AUTO

A-
Fidalgo,Sapateiro e Brigida
Esses personagens representam os tipos populares.A Brigida simboliza a alcoviteira
e a prática da feitiçaria popular, o Sapateiro e acusado de roubar o povo com seu oficio
e o Fidalgo de ser um homem arrogante e vaidoso. Ou seja essas pessoas representam os cotidiano fazendo assim com que o auto tenha uma maior abrangência na sociedade aumentando seu papel moralizante.


B-
Os tipos fantásticos do auto são o anjo o diabo
O diabo que conduzia as almas pecadoras ao inferno e o anjo que conduzia as almas bondosas ao céu.

C-
O Frade é um exemplo de tipo alegórico ,apesar de representar a igreja ele era um pecador e possuía uma amante e assim acabou por entrar na barca do inferno.

INGRID OLIVEIRA CARDOSO

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS
CURSO: LETRAS/PORTUGUÊS, 4º PERÍODO,
VESPERTINO.
DISCIPLINA: DAS ORIGENS AO BARROCO

Respostas da Atividade Avaliativa
1- Podemos observar aspectos alienados da aristocracia do Fidalgo em tais passagens:
. “Que me digais,
pois parti tão sem aviso,
se a barca do paraíso
é esta em que navegais.”
.“que me deixe embarcar;
sou fidalgo de solar
é bem que me recolhais.”

. “para senhor de tal marca
Não há aqui mais cortesia?”

2- A ironia do Fidalgo quanto à barca do inferno está presente no trecho a seguir:
. “ não há aqui outro navio?”
3- A fala pronunciada ao Anjo pelo Fidalgo apresenta um tom prepotente na tentativa de demonstrar um anterior “status” social, julgando que esse deveria dar-lhe vantagens para embarcar na barca cobiçada.

4- No trecho a seguir podemos justificar a afirmativa da questão, a que o Anjo também adota a ironia no diálogo.
“ Não vindes vós de maneira
para entrar neste navio,
Essoutro vai mais vazio:
a cadeira entrará,
e o rabo caberá
e todo o vosso senhorio.”
Respondendo de forma equilibrada a prepotência do Fidalgo, comentada na resposta anterior, o Anjo utiliza tal recurso na tentativa sarcástica de demonstrar para o Fidalgo que a barca do inferno melhor o servirá, pois essa é mais espaçosa e caberá toda sua vaidade.

5- Então quase consciente de qual barca teria que embarcar o Fidalgo ainda, tenta enganar o Diabo dizendo que iria ver a sua dama querida, que esse o espere enquanto isso. O Diabo atento desfaz a trama revelando alguns fatos sobre a dama querida os quais levam o Fidalgo a desistir e entrar, finalmente, na barca do inferno.

6- Depois de várias tentativas em vão o Fidalgo conscientiza-se da definida entrada na barca do inferno, percebe que não a maneira de escapar e enfim embarca.

7- Na figura do Fidalgo encontramos algumas características fora do padrão de moralidade cristã, como arrogância, falta de humildade e compaixão, vaidade, desprezo pelo próximo.

8- O Auto não tem uma estrutura definitiva, divide na em cenas a cada vez que um personagem entra. Em relação às rimas predominam redondilhas maiores.

EXERCÍCIO
1. ‘C’ – O teatro vicentino é simples, não apresenta a estrutura do teatro grego, por exemplo, não obedece as três unidades desse – ação, lugar e tempo -, o predomínio da temática religiosa é outra contradição entre a estrutura dos teatros.
2. A diferença mais significativa entre a poesia palaciana e a trovadoresca é a remoção da música, as poesia humanistas passaram a ser declamadas, lidas. Ainda, temos as temáticas que agora envolvem realidades palacianas; festas, trajes, montarias. E a mulher aqui se torna menos idealizada, o amor é tratado com mais sensualidade.
3.
1)
b. A ambigüidade é promovida pelas falas da personagem Berzebu.
c. Ao serem incorporados os nomes Ninguém e Todo Mundo no dialogo de Berzedu esses ampliam sua referencia, não se trata de indivíduos únicos, mas de uma massa de população. Logo, a ambigüidade é marcada ai, quando os nomes das, então, personagens tornam-se referencia de diversos serem humanos.
2)
a. “Eu hei nome Todo mundo” e “ E eu hei nome Ninguém”
b. Uma característica farsesca da obra pode ser encontrada nessa jogada cômica entre a escolha dos nomes das personagens, realizando, então, uma mistura entre o individual e o universo da moral cristã.

PENSANDO

1. ‘E’ – Exaltação do feito heróico do Mestre ao matar o inimigo do Reino.
2. ‘D’ – A preocupação com o homem e com a religião.
3. ‘A’ – Compôs peças de caráter sacro e satírico.
4. ‘A’ – Uma cantiga de amor.

ESCREVA SOBRE O AUTO

1.
a. Destacamos como personagens populares do Auto da barca do Inferno, de Gil Vicente, o Fidalgo, um onzeneiro, um Sapateiro de nome Joanantão, Joane um Parvo, um Frade cortesão; Frei Babriel, Brísida Vaz; uma alcoviteira, um Judeu usurário chamado Semifará, um Corregedor e um Procurador; altos funcionários da Justiçam e quatro Cavaleiros que morreram a combater pela fé. Tais personagens caracterizam as pessoas da época carregando suas atitudes, virtudes ou não virtudes e, principalmente, representam uma determinada classe social.
b. Entre os diversos personagens da obra os tipos fantásticos são o anjo e o diabo.
c. O anjo e o diabo ainda são tipos alegóricos, pois, representam, respectivamente, o bem e o mal, o céu e o inferno.

JÉSSICA TAIRINE SANTOS

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS-CCH
DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO E LETRAS-DCL
DISCIPLINA: LITERATURA PORTUGUESA
PROFª: MARIA GENEROSA
4° PERÍODO LETRAS/PORTUGUÊS


Estudo do texto:
1) Passagens que representam a aristocracia alienada, egoísta e prepotente do fidalgo:
“Por Deus, bem fadado estou!”

“Que me deixe embarcar
sou fidalgo de solar”

“Para senhor de tal marca
Não há aqui mais cortesia?”

2) Passagem que representa a ironia feita pelo fidalgo à barca do inferno:
“Parece-me isso cortiço...”

3) A fala do fidalgo, neste trecho, denuncia sua tirania, seu abuso de poder, pelo fato de ele ter sido um nobre na vida, ele dizia que deveriam deixá-lo embarcar na barca do céu.

4) Os trechos abaixo demonstram a ironia do anjo:
“Não se embarca tirania
neste batel divinal”

“Para vossa fantasia
mui pequena é esta barca”.

5) O fidalgo tenta enganar o diabo quando diz para este o esperar, que ele vai voltar à vida para ver sua “dama querida”.

6) Ao final, o fidalgo se dá conta de que, apesar de ter sido um nobre enquanto vivia, seus pecados forma maiores, e ele não teve outra escolha a não ser embarcar na barca do inferno.

7) Além desses elementos, há também a reza, a divindade, o abuso de autoridade por parte do fidalgo e a traição da “dama querida” do fidalgo.

8) Os versos do auto da barca do inferno foram estruturados para uma peça teatral, portanto não seguem uma métrica fixa.





Exercícios:
1) C) Neste período, inclui-se o teatro vicentino que pende mais para a tradição clássica, obedecendo às três unidades do teatro grego

Essa informação está incorreta, pois no teatro vicentino aparecem características tipicamente medievais, e não obedece às três unidades do teatro grego.

2) A poesia palaciana é diferente das cantigas trovarescas em diversos pontos, observemos as características de cada uma abaixo:

Poesia Palaciana:
- Não há musicalidade, esta se apresenta apenas como recurso de linguagem;
- Feita para ser lida e declamada;
- Mais realistas que os autores das cantigas trovarescas.

Cantigas Trovarescas:
- A musicalidade está presente na poesia;
- Feita para ser cantada;
- Amor platônico, sem esperança, fruto de imaginação.

3) 1-
A) O personagem que promove a ambiguidade é Berzebu.

B) Esses nomes denotam ambiguidade, uma vez que Todo o Mundo significa todas
as pessoas, e Ninguém representa nenhuma pessoa.

2-
A) O vocábulo homem
“Entra Todo o Mundo, homem como rico mercador, e faz que anda buscando alguma cousa que se lhe perdeu; e logo após ele um homem, vestido como pobre.”

B) Podemos notar como característica farsesca, do Auto da Lusitânia, os poucos personagens que compõem o Auto, que neste caso são apenas quatro: Todo o Mundo, Ninguém, Berzebu e Dinato.


Pensando:
1) A) Narração realista e dinâmica que quase nos faz visualizar os acontecimentos.

2) D) A preocupação com o homem e a religião.

3) A) Compôs peças de caráter sacro e satírico.

4) A) Uma cantiga de amor.


Sobre o Auto da barca do inferno:
A) Tipos populares: Os personagens do cotidiano são bem comuns neste auto, que se representam por várias pessoas: O fidalgo, o sapateiro, o parvo (tolo), o frade, o judeu, o agiota, a alcoviteira Brígida Vaz, o corregedor,o procurador e os quatro cavaleiros.

B) Tipos fantásticos: No Auto da barca do inferno,os personagens imaginários denotam uma comicidade, deixando o auto mais interessante. São eles: o anjo e o diabo.

C) Os personagens que representam instituições, neste auto, estão ligados diretamente à religião. O frade, que representa a igreja (de modo ruim), e os quatro cavaleiros que representam a fé.

GRACIANE E. GOMES MUNIZ

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS-UNIMONTES
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS-CCH
DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO E LETRAS-DCL
CURSO: LETRAS PORTUGUÊS VESPERTINO
DISCIPLINA: LITERATURA PORTUGUESA


RESPOSTAS DO EXERCÍCIO
ESTUDO DO TEXTO

01_Fidalgo

“Que me deixe embarcar;
sou fidalgo de solar
é bem que me recolhais.”

“Para senhor de tal marca
Não há aqui mais cortesia?”

“Que me digais,
pois parti tão sem aviso,
se a barca do paraíso
é esta em que navegais.”

02_ “ Não há aqui outro navio?”

03_Nesse trecho podemos perceber que o Fidalgo é um ser arrogante, pois ele ainda acreditava que possuía poderes mesmo depois da morte, mostrando que “não aceita” ser julgado pelo diabo.

04_ O anjo profere palavras que soam com tom irônico como a palavra tirania.Ele relembra ao Fidalgo o que o mesmo fez em vida, mostrando assim que o Fidalgo não poderia entrar na barca do céu.
Trecho do texto:
Ireis lá mais espaçoso,
como fumosa senhoria
cuidando da tirania.

05_O Fidalgo pede ao diabo que o deixe voltar à outra vida para se despedir da mulher.

06_O Fidalgo se dá conta do quanto a barca do inferno é ruim, mas como não tem outra alternativa se vê obrigado a aceitar o seu destino.

07_O egoísmo/ arrogância- presentes na fala do Fidalgo;
O abuso de autoridade- representado pelo Fidalgo;
A traição- presente na fala do diabo quando o mesmo fala sobre a mulher do Fidalgo.

08_Estão estruturados com diálogos que compõem uma peça de teatro em que os versos não obedecem á uma estrutura física, compondo-se assim de métricas variadas.

EXERCÍCIOS

01_Alternativa “D”_ Há manifestação da chamada prosa didática, escrita por nobres.-As escritas dos nobres são as que constituem o trovadorismo,dando origem ao nome.

02_O trovadorismo é composto por cantigas que se classificam de acordo como o tema que foi escolhido, podendo ser de amigo, escárnio, amor e maldizer. Enquanto que, o Humanismo se expressa por características antropocêntricas.

03_ 1- a) Berzebu

b) Percebe se uma ausência, caracterizada pelo “Ninguém” e uma “multidão de pessoas” em que parece que há várias pessoas, fazendo com dessa forma tenha-se uma dúvida da quantidade de pessoas.

02_ a) E eu hei como ninguém/ E eu hei como todo mundo.

b)O auto nos apresenta do personagem Ninguém que deseja ter a consciência em paz, e nos apresenta também o personagem Todo mundo que busca dinheiro e riquezas.

PENSANDO

01_ a) Narração realista e dinâmica que quase nos faz visualizar os acontecimentos.
02_ d) a preocupação como o homem e com a religião
03_a) compôs peças de caráter sacro e satírico
04_ a) uma cantiga de amor.

ESCREVENDO SOBRE O AUTO:

(A)Tem-se no Auto da barca do inferno como figuras (personagens do cotidiano) o Fidalgo, Onzeneiro, Brízida, Vaz, Judeu, Cavaleiros, Corregedor, Parvo, Frade, Procurador.

(B) Percebe-se no Auto a imagem do paraíso caracterizado pelo anjo e, a figura do demônio demonstrando o caminho do mal, há também a figura dos santos e da igreja. Assim o diabo e o anjo são caracterizados como o mal e o bem, respectivamente.

(C) Temos como tipos alegóricos o diabo e o anjo(a igreja- que representa o bem X o diabo-que representa o mal).O Auto é cercado por personagens que representam os vícios e virtudes sociais, com um conteúdo satírico.

ELLEN JOSYANNE SANTOS NUNES

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS – UNIMONTES
PROFESSORA: MARIA GENEROSA FERREIRA SOUTO
CURSO: LETRAS PORTUGUES – VESPERTINO 4° PERIODO


ESTUDO DO TEXTO


1) “A estrouta barca me vou.
Hou da barca, para onde is?
Ah barqueiros! Não me ouvis?
Respondei-me! Hou lá! Hou!...
Por Deus, bem fadado estou!
Quanto a isto é já pior.
Que jericos, oh Senhor!
__ Cuidam cá que sou um grou!”


“Que me deixe embarcar;
Sou fidalgo de solar
É bem que me recolhais.”


“Para senhor de tal marca
Não há aqui mais cortesia?
Venha prancha e atavio!
Levai-me desta ribeira!”


2) “Parece-me isso cortiço...”.


3) Nota-se na fala de Fidalgo certa prepotência, pois ele pensa que por ter vários bens materiais conseguiria seu lugar na barca do céu.

4) O anjo mostra a sua ironia nos seguintes versos:

“Para vossa senhoria
mui pequena é esta barca”

“Não se embarca tirania
nesse batel divinal”

5) Fidalgo tenta enganar o diabo menciona a esposa dele, dizendo que ela se mataria e rezaria por ele mesmo com ele no inferno.

6) No final o Fidalgo se dá conta de que não adiantou ele possuir seus bens materiais, pois mesmo assim seu destino seria a barca do inferno. Ele reconhece que malditos são os que nela estão.

7) Está presente texto características de moralidade cristas como, a importância de sermos verdadeiros, honestos e humildes.

8) Encontram-se nos versos do alto, redondilhas maiores e menores, ocorrem rompimentos nos elementos rítmicos e métricos. As rimas aparecem em ABBA e ACCA.


EXERCÍCIOS

1) Opção D. Há manifestação da chamada prosa doutrinaria escrita para os nobres.

2) A poesia palaciana de difere das cantigas trovadorescas, pois ela foi escrita para ser falada e lida na corte e tem temas variados, sendo composições sátiras, didáticas, religiosas e amorosas.Já as canções trovadorescas eram cantadas e dançadas, seus temas estavam relacionados ao lirismo amoroso nas cantigas de amor e amigo e a sátira nas cantigas de escárnio e mal dizer.

3)
1. (a) o personagem que permite a ambigüidade é o Berzebu.

(b) todo mundo pode se referir a todas as pessoas do mundo ou uma só pessoa, já ninguém pode ser uma pessoa ou nenhuma.


2. (a) “Eu hei nome Todo Mundo” e “E eu hei como ninguém”.

(b) O Auto da Lusitânia tem como característica farsesca a sátira feita pelo autor com a escolha entre o mal e o bem.


PENSANDO


1) Alternativa A - Narração realista e dinâmica que quase nos faz visualizar os acontecimentos.

2) Alternativa D - a preocupação com o homem e com a religião.

3) Alternativa A - Compôs peças de caráter sacro e satírico.

4)Alternativa A - uma cantiga de amor.


O Auto da Alma


O alto da alma foi dedicado a devota Rainha Dona Eleonor, tem como seus personagens, Santo Agostinho, alma, diabo 1, diabo 2, Santo Ambrósio,São Gerônimo e São Tomás. O alto vem representar a igreja como lugar de repouso para as almas que são tentadas pelo diabo a cometer vários pecados, oferecendo tesouros e prazeres carnais. Por outro lado, a amada igreja e o anjo a todo o momento tentam resgatar a alma que se encontra perdida, mostrando a ela que tudo que é oferecido pelo diabo é passageiro e não garantem a vida eterna com Deus. A alma aparece no alto em um grande conflito entre o bem e o mal, somente no final e que ela se decide e fica com a igreja ao lado dos Santos Ambrósio,Tomás e Gerônimo.

LAURIE MACHADO

Estudo do Texto


1) “A estrouta barca me vou.
Hou da barca, para onde is?
Ah barqueiros! Não me ouvis?
Respondei-me! Hou lá! Hou!...
Por Deus, bem fadado estou!
Quanto a isto é já pior.
Que jericos, oh Senhor!
__ Cuidam cá que sou um grou!”


“Que me deixe embarcar;
Sou fidalgo de solar
É bem que me recolhais.”


“Para senhor de tal marca
Não há aqui mais cortesia?
Venha prancha e atavio!
Levai-me desta ribeira!”


2)“Parece-me isso cortiço...”

3) Percebe-se a arrogância do fidalgo ao dizer para o anjo a conveniência de o levar, sendo que, o maior beneficiário seria ele mesmo ao embarcar.

4) “Não se embarca tirania / Neste batel divinal”
“Para vossa fantasia / mui pequena é esta barca.”

5)Quando o fidalgo diz com arrogância para o diabo que na outra vida tem quem reze por ele, mesmo sabendo qual seria seu destino.

6)O fidalgo se dá conta de como realmente é a barca, o inferno, que é quente, lá é o seu lugar, não tem alternativa, e que ele é maldito, pois a barca é infernal.

7) O ato de rezar e a importância da caridade, da bondade, da humildade ditas pelo anjo.

8) Os versos são redondilhas maiores, ao longo do auto podem-se encontrar períodos em que são quebrados tanto o esquema de rima quanto o métrico, e as rimas obedecem geralmente o esquema ABBA e ACCA.






Exercícios


1) Alternativa D - Há manifestação da chamada prosa didática, escrita por nobres.

Justificativa: Há manifestação da chamada prosa doutrinária, escrita para os nobres.


2) A prosa palaciana foi escrita para ser lida e falada na corte, já a prosa trovadoresca associa-se à música e era cantada e bailada.



Auto da Lusitânia

3) 1-a) O personagem de Berzebu promove diretamente a ambigüidade ao repetir as falas de Todo Mundo e Ninguém, e fala com Dinato para escrever.


b) Todo Mundo pode ser tanto uma pessoa como todas as pessoas que existem no mundo, e Ninguém quer dizer nenhuma pessoa ou alguém.

2) A) O vocábulo que se destaca é “busca”, usado por Todo Mundo e Ninguém, quando o 1º busca dinheiro e o segundo busca consciência, e depois Todo Mundo busca honra e Ninguém a virtude.

b) A característica seria a presença de um personagem comum para aquela época, que é o mercador representado por Todo Mundo, o qual visava somente o dinheiro.


Pensando

1) Alternativa A - Narração realista e dinâmica que quase nos faz visualizar os acontecimentos.

2) Alternativa D - a preocupação com o homem e com a religião.

3) Alternativa A - Compôs peças de caráter sacro e satírico.

4) Alternativa A - uma cantiga de amor.



O Auto da Alma

No Auto da Alma tem a presença de seres imaginários como Santo Agostinho, Santo Ambrósio, São Jerônimo, São Tomás, o Anjo, a Alma e os Diabos 1 e 2. Há também a presença da Igreja, a qual mostrava grande influência na sociedade.
Neste auto a alma passa por um dilema, de um lado encontra-se o anjo mostrando o caminho do bem, incitando-a para a salvação, ou seja, deixar tudo que é vaidade e perdição, e por outro lado tem-se o diabo querendo ganhar mais uma alma para o inferno, dizendo a ela para aproveitar a vida, a mocidade, os bens materiais, e ainda, que a igreja vai esperar por ela.
Após a passagem pela igreja e de ser recepcionada tão calorosamente pelos Santos, a Alma decide seguir os conselhos do bem e seguir seu caminho em paz.

TEREZINHA RIBEIRO ALMEIDA

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS
DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO E LETRAS
DISCIPLINA: LITERATURA PORTUGUESA- DAS ORIGENS AO BARROCO
PROFESSORA: Dr. MARIA GENEROSA SOUTO

4º PERÍODO DE LETRAS PORTUGUÊS VESPERTINO

RESPOSTAS

1-ESTUDO DO TEXTO - AUTO DA BARCA DO INFERNO

CARACTERÍSTICAS DO FIDALGO

Alienada

“Não sei porque haveis por mal
Que entre a minha senhoria”.

Prepotente

Fidalgo
“Que me deixe embarcar;
Sou fidalgo de solar
É bem que me recolhais”.

Egoísta

Anjo
“... Ireis lá mais espaçoso,
com fumosa senhoria
cuidando da tirania
do pobre povo queixoso;
e porque,de generoso,
desprezastes os pequenos,
achar-vos ei tanto menos
quanto mais fostes fumoso”.

2-Percebemos a ironia em relação a barca nas falas do fidalgo:
“Parece-me isso cortiço...e
Passageiros achais
Para tal habitação”?

3-Nesta fala percebemos a prepotência do fidalgo quando ele afirma para o anjo que seria conveniente que ele o levasse ao invés de perceber que o beneficiado seria ele, Fidalgo,em ir naquela barca.

4-Observamos a ironia do anjo quando ele afirma que sua barca é pequena para o fidalgo como percebemos no trecho:
Anjo
“Para vossa fantasia
mui pequena é esta barca”
E também quando ele fala que o fidalgo irá mais a vontade na outra barca, o que se observa no trecho.
Anjo
“ Ireis lá mais espaçoso,
Com fumosa senhoria
Cuidando da tirania ....”

5- A arrogância e o orgulho do fidalgo são tantas que ele zomba do diabo quando fica sabendo qual seria o destino do batel infernal pois deixou “Na outra vida “ quem reze por ele.

6-No final do texto o fidalgo se deu conta de que sua vida de luxúria, tirania e avareza levou-o a ser um pecador o que motivou seu embarque para o inferno

7-Encontramos nesse texto elementos da moralidade cristã tais como: o ato de rezar por alguém que foi para outra vida, assim como percebemos na fala do anjo em relação ao fidalgo, a importância da caridade, da bondade e da humildade na vida terrena na vida terrena para que se possa ir para o céu.

8-Todos os versos são redondilhas maiores. Ao longo do auto pode-se encontrar período em que são quebrados tanto o esquema de rimas como o métrico. As rimas obedecem, geralmente, o esquema ABBAACCA.

EXERCÍCIOS – HUMANISMO

1- D) Há manifestação das prosas doutrinárias e eram dirigidas á nobreza
2- Ao contrário da poesia trovadoresca, que estava associada á música e era cantada ou bailada, a poesia palaciana foi elaborada para ser lida e recitada na corte.

ESTUDO DO TEXTO- AUTO DA LUSITÂNIA

1- A) – O Personagem que promove a ambigüidade é o Berzebu
B) - Percebemos um duplo sentido na última fala de Berzebu quando ele diz
“que todo mundo quer o paraíso, e ninguém paga o que deve”, ou seja, todas as pessoas tem a intenção de estar um dia no paraíso, porém não fazem por onde merecê-lo.

2- A) – Notamos as aparências dissimuladas de todo mundo e ninguém quando utilizam o vocábulo “busca “, uma vez que todo mundo, homem como o rico mercador diz que busca o dinheiro e ninguém, homem pobre, diz buscar a consciência e posteriormente todo mundo fala que busca a honra e ninguém a virtude.

B) Temos como característica farsesca do Auto da Lusitânia a utilização de um personagem comum da época que é o mercador rico representado por todo mundo e que afirma buscar o dinheiro todo o tempo.

PENSANDO:

1- A - Narração realista e dinâmica que quase nos faz visualizar os acontecimentos.
2- D - A preocupação com o homem e com a religião
3- A - Compôs peças de caráter sacro e satírico
4- A - Uma cantiga de amor.



SOBRE O AUTO DA ALMA

B) Constituem tipos fantásticos a personagem do anjo Custódio, de Santo Agostinho, Santo Ambrósio, Santo Jerônimo, São Tomás e o Diabo I e II. Todo o drama constitui uma alegoria entre o bem e o mal.


C) Tem- se como tipos alegóricos o personagem da Igreja representando a Instituição da época que tratava da moralidade, e a personagem Alma que representava a alma humana na sua peregrinação terrena, ora se submetendo ás solicitações dos Diabos e ora submetendo ao anjo.

AUTO DA BARCA DO INFERNO

A)Fidalgo(D.Anrique),sapateiro(Joanantão),parvo(Joane),ofrade(FreiBabriel),Alcoviteira(Brisida Vaz), O judeu(semifará),o agiota,os quatro cavaleiros,corregedor e procurador

B) O Anjo e o Diabo

C) O frade e os quatro cavaleiros que demonstram a fé católica.

AMANDA CRISTINE OLIVEIRA NASCIMENTO

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS – CCH
DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO E LETRAS
CURSO: LETRAS / PORTUGUÊS – 4º PERÍODO
DISCIPLINA: LITERATURA PORTUGUESA
PROFESSORA: MARIA GENEROSA FERREIRA SOUTO



Atividade Avaliativa

Estudo do texto:

1) Os trechos do diálogo que demonstram a alienação e prepotência do Fidalgo são: “Parece – me cortiço...”, “... quanto a isto é já pior / que jericos, oh senhor!”, “Q eu me deixe embarcar, sou fidalgo de solar, é bem que me recolhais.”, “Para senhor de tal marca, não há aqui mais cortesia? Venha prancha e atavio!”.

2) O Fidalgo ironicamente desfaz da barca do inferno, podemos perceber na seguinte passagem do texto quando fala com o Diabo: “Parece – me isso cortiço...”.

3) Nesse diálogo com o Anjo é perceptível que o Fidalgo utiliza-se do seu poder e condição social para entrar no batel divinal, pois acha que mesmo após a morte manteria esse domínio.

4) O Anjo ao conversar com o Fidalgo utiliza-se da ironia. Esse fato é perceptível na seguinte fala: “Para vossa fantasia, mui pequena é esta barca.” E “... Essoutro vai mais vazio: a cadeira entrará, e o rabo caberá e todo vosso senhorio”.

5) O Fidalgo tenta enganar o Diabo na seguinte fala: “Que me digais, pois parti tão sem aviso, se a barca do paraíso e esta e que navegais”. Neste trecho é demonstrada a esperteza do Fidalgo, quando ironicamente fala que partiu sem aviso e que não sabia que seria mandado para a barca do inferno, que, portanto deveria ser absolvido dessa pena.

6) O Fidalgo percebeu que diante das revelações do Anjo e do Diabo, como ele na vida terrena foi prepotente, alienado e injusto com o próximo, concluindo que se destino era entrar no batel do Diabo.

7) O texto mostra além desse conflito entre o céu e o inferno, os pecados do ser humano, os vícios que praticaram em vida, motivos estes de regozijo para o Arrais do inferno e de desprezo para o Arrais do céu, remetendo ao leitor profunda reflexão acerca de sua própria condição terrena.

8) O teatro vicentino é escrito em versos rimados, foi feita uma fusão entre poesia e teatro, fazendo com que o texto seja cheio de ironia, trocadilhos, metáforas e ritmo.

Exercícios

1) Letra d, pois as manifestações ocorrem na prosa doutrinária, escrita para os nobres.

2) A poesia palaciana apresenta uma visão menos idealista da mulher, não se encontra uma rígida divisão entre as classes sociais, são consideradas mais realistas e de índole religiosa. Em paralelo com as cantigas, as poesias são lidas e não cantadas, havendo, portanto, a ausência de acompanhamento musical. As cantigas apresentam uma visão idealizada e diferente do amor, sendo compostas para o público popular.

3) 01.a) O personagem que estabelece diretamente a ambigüidade é o Berzebu.

b) Os termos “Todo o Mundo e Ninguém” proporcionam duas interpretações. A primeira entende - se que “Todo o Mundo e Ninguém” são nomes dados aos personagens por Gil Vicente, entretanto a segunda interpretação nos mostra que os desejos apresentados dividem-se em bons e ruins. Os bons desejos, as virtudes divinas poucos querem, ou seja, ninguém quer e deseja, ao contrário dos ruins que são desejados por todo mundo.

02)a) O que permite essa dissimulação ás personagens “Todo o Mundo e Ninguém” é o vocábulo buscar.

b) O auto da Lusitânia, através da fala das personagens, demonstra uma reflexão moralista quanto à condição humana. O trecho que comprova essa condição farsista no auto vicentino ocorre na última fala da personagem Bezebu: “Escreve que Todo o Mundo quer paraíso, e Ninguém paga o que deve”.

Pensando

1) letra e.
2) letra d.
3) letra e.
4) letra a.

Escreva sobre o Auto da Barca do Inferno

a) As personagens presentes no Auto da Barca do Inferno, que representam o popular, a vida cotidiana são: O onzeneiro, o parvo, o sapateiro, Brígida Vaz, o judeu e o enforcado.
b) Os tipos fantásticos no auto são representados pelo Anjo e pelo Diabo, ambos responsáveis em julgar os vícios cometidos pelas personagens em vida. Para o arrais do inferno motivo de regozijo e para o arrais do céu, o desprezo.
c) As personagens que representam as instituições neste teatro vicentino são: O Fidalgo, Frade, o Corregedor e o Procurador. Elementos responsáveis em proporcionar a ordem e a justiça, entretanto são mais pecadores em terra, por isso são julgados a entrarem na barca do inferno. Têm-se também os cavaleiros, incubidos de lutarem pela fé cristã assim como o Frade, que ao contrário dos cavaleiros, que vão para a barca do céu, não pregava a verdade e a lei de Deus.

CAMILA DE SOUZA RAMOS

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS- CCH
DISCIPLINA: LITERATURA PORTUGUESA
PROFESSORA: MARIA GENEROSA

CURSO: LETRAS/PORTUGUÊS 4º PERÍODO


Estudo do texto:

01: “... Por Deus, bem fadado estou!
Quanto a isto é já pior.
Que jericos, oh senhor!
-Cuidam cá que sou um grou!

“Que me digais,
Pois parti tão sem aviso,
Se a barca do paraíso
e esta em que navegais.”

“Que me deixe embarcar;
sou fidalgo de solar
é bem que me recolhais.”

02. Fidalgo: “Parece-me isso um curtiço.”

03. Denuncia a arrogância e a vaidade do fidalgo, que mesmo depois da morte acreditava-se que poderia exercer seu poder.

04. “Não se embarca tirania
Neste batel divinal.
Podendo perceber então que há uma controvérsia no diálogo do anjo e o fidalgo ao emprego da palavra tirania, que gera uma inconveniência por parte do anjo.

05. O fidalgo tenta enganar o diabo, dizendo que tinha deixado sua esposa amada,mas ainda sim não é capaz de convencê-lo.

06. Percebe que esta na barca do inferno, “Ó barca, como és ardente!/ Maldito em que ti vai!”.

07. Abuso de autoridade, traição, egoísmo e arrogância.

08. Em redondilhas maiores.

Exercícios:
01. C
O teatro Vicentino possui caráter medieval, não possuindo influências clássicas e nem obedecendo às três unidades do teatro grego (tempo, lugar e ação).

02. A poesia palaciana difere da trovadoresca em vários aspectos, tais como: o ambiente que está a sua origem, a tradição amorosa com influência de Petrarca e Dante, refinamento no estilo e na forma, sendo assim uma poesia essencialmente lúdica. Enquanto a trovadoresca feita pelos trovadores a temática predominante é o amor e a saudade.

03.
01. a) Berzebu

b) Todo mundo representa a todos os humanos enquanto Ninguém não é pessoa alguma.

02. c) ” Eu hei nome Todo Mundo”, “Eu hei nome Ninguém”.

b) Uma das características é sátira, e o conflito do homem entre o bem e o mal.
Ninguém

“Como hás nome, cavaleiro?

Todo Mundo
Eu hei nome Todo Mundo
e meu tempo todo inteiro
sempre é buscar dinheiro
e sempre nisto me fundo.”

Berzebu
“Que Ninguém busca consciência e Todo Mundo dinheiro.”


Pensando:

01. E
02. D
03. A
04. A


Auto da barca do inferno:

a) Fidalgo, parvo, sapateiro, alcoviteira, frade, agiota, judeu, corregedor e o procurador.
b) Anjo, diabo e os quatro cavalheiros.
c) O frade.